05/05/2018

Apoiado por centenas de fieis, pároco de Inhapi vai a Câmara esclarecer polêmica sobre suposta apropriação de via pública.

Reverendo apresentou fotos antigas e contou com testemunho de familiares do antigo doador do terreno a época da construção da igreja como forma de comprovação de posse do espaço que segundo ele, sempre pertenceu à igreja.

Por: Redação
Parece ter chegado ao fim à grande polêmica envolvendo o Padre Clóvis da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, o Vereador Valter de Elias e à suposta apropriação de uma via pública localizada na frente da paróquia em Inhapi.

Tudo começou com uma denuncia feita pelo vereador durante a sessão de inauguração da nova sede da Câmara Municipal de Vereadores, quando o edil se mostrou em desacordo com a iniciativa do padre de mandar construir um murro na frente da paróquia resultando no fechamento de uma via pública na qual, pedestres, motoristas e motociclistas transitavam de uma rua para outra. De acordo com o vereador que se diz católico, seria necessário que o padre provasse documentalmente a posse do terreno, evitando assim, problemas futuros.

O fato é que a denuncia feita pelo edil na Tribuna da Câmara poderia ter sido abafada ali mesmo no plenário se não fosse por um detalhe... A repercussão nas redes sociais após a divulgação da notícia pelo site Central do Sertão.

A notícia caiu como uma bomba entre a comunidade católica e o que se viu, foi uma verdadeira “romaria” de mensagens e debates acalorados em favor da medida adotada pelo Padre Clóvis, além de mensagens em repúdio a denuncia do vereador e até mesmo contra o próprio Editor Geral do Site Central do Sertão por simplesmente tornar pública uma denuncia feita por uma autoridade local na Tribuna da Câmara Municipal.

E o resultado de tudo isso, foi que na noite desta sexta-feira (04) centenas de fieis católicos e simpatizantes apoiadores do Padre Clóvis, lotaram a Câmara Municipal para ouvir e apoiar sua versão dos fatos durante mais uma sessão ordinária da casa. E ao fazer uso da Tribuna, o reverendo alegou que sua atitude de fechar a rua teve por motivação a preservação da segurança da comunidade católica nos dias de missa, uma vez que o fluxo de veículos na frente da igreja era muito intenso e poderia causar acidentes, assim como a inibição da ação de “maloqueiros” que utilizavam do espaço para empinar motos, além de bebedeiras e som alto, inclusive na hora da missa.

Já sobre a posse do terreno no qual o pároco mandou cercar de tijolos, o reverendo confessou não possuir nenhuma documentação comprovando a posse do mesmo, contudo, contou com o testemunho de familiares do antigo doador do terreno para a igreja a cerca de 40 anos atrás, os quais afirmaram, também na Tribuna da Câmara, que o terreno sempre pertenceu à paróquia. Na ocasião o pároco se utilizando de um projetor de imagens, apresentou fotos antigas comprovando que o espaço entre a igreja e a praça já naquele tempo era bloqueado para passagens de motoristas e motociclistas. Por fim, o pároco ainda mencionou a posse do terreno, ou melhor, da via pública, por “Usucapião” decorrente de posse continuada da paróquia por mais de 4 décadas sem qualquer reivindicação de posse ou pertencimento por outrem.

Dos 11 vereadores que integram a Câmara de Vereadores de Inhapi, apenas os vereadores Cição e o autor da denuncia Valter de Elias, não participaram da sessão. Já entre os vereadores presentes, todos se colocaram favoráveis a atitude do padre, entre eles, o vereador Prof. Roseildo que chegou a solicitar um levantamento nos arquivos da Prefeitura sobre a posse do terreno pelo município, mas segundo o edil, nada foi encontrado.

Diante dos fatos, a polêmica parece mesmo ter chegado ao fim com a continuidade da obra e posse pela paróquia do que antes era uma via pública. Quanto ao pároco Clóvis, este saiu ainda mais fortalecido junto à comunidade católica, afinal de contas, o reverendo promoveu nos últimos anos uma verdadeira transformação na paróquia e em ações de solidariedade para com as famílias carentes do município.