
Segundo o promotor de Justiça Antônio Villas Boas, há nos autos provas para incriminar o acusado. “Eliton Alves disse que estava em São Paulo no dia 24 de setembro, mas o crime ocorreu sete dias depois. Então, nesse intervalo de tempo, ele poderia perfeitamente ter retornado a Mata Grande e executado o homicídio”, afirmou o promotor, ressaltando que outro réu do caso, Dilson Alves (que já foi julgado e condenado) teria prestado depoimento e incluído Eliton como um dos participantes do crime.
Para o advogado João Luiz Fornazari, o depoimento não se sustenta. “É preciso ter robustez e documentos comprobatórios. Esse depoimento foi baseado apenas no que ele [Dilson Alves] disse, não tendo prova nenhuma nos autos”.
Eliton Alves Barros foi pronunciado em novembro de 2010 e está sendo julgado por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima). A sessão, presidida pelo juiz John Silas da Silva, teve início às 14h e deve terminar por volta das 22h desta segunda-feira.
O vereador Fernando Aldo foi morto na madrugada de 1º de outubro de 2007, durante um evento no município de Mata Grande. Segundo o Ministério Público de Alagoas (MP/AL), a vítima foi atingida por pelo menos oito tiros, que teriam sido efetuados pelo soldado Carlos Marlon Gomes Ribeiro (ainda não julgado). Foram apontados como partícipes Eronildo Alves Barros (já falecido) e o irmão, Eliton Alves Barros.
Ainda de acordo com o MP/AL, o homicídio teria ocorrido a mando do então deputado estadual Cícero Ferro e do prefeito de Delmiro Gouveia, Luiz Carlos Costa, o Lula Cabeleira. Em agosto de 2012, o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) julgou improcedente a ação contra Lula Cabeleira, inocentando-o da acusação por falta de provas. O processo contra Cícero Ferro ainda está tramitando.
O cunhado da vítima, José Pereira Neto, disse acreditar que Fernando Aldo morreu por “falar demais”. Para a irmã do vereador, Rita Maria Gomes, o assassinato teve motivação política. “Ele tinha divergências com algumas pessoas, inclusive com Cícero Ferro, que ele acreditava não merecer o voto da população de Delmiro”.
Por Cada Minuto |
*Com Ascom/TJ