10/06/2023

| GERAL | Cresce o número de influenciadores que lucram com a desgraça alheia nas redes sociais manipulando seus seguidores a apostar em jogos de azar de internet.


Por Redação/Marcio Martins

Dos mais conhecidos e mais seguidos nas redes sociais, à aqueles que estão iniciando no mundo dos Influenciadores Digitais, tem crescido assustadoramente o número de pessoas que lucram com a desgraça alheia nas redes sociais manipulando seus seguidores a apostar em jogos de azar na internet. 

Logo, para convencer seus seguidores a apostar, a tática é manipular a propaganda das bancas de apostas de modo que os apostadores acreditem que os influenciadores estão ganhando muito dinheiro apostando e não com a propaganda. Funciona da seguinte forma: Quanto mais pessoas se cadastram nas plataformas, mais os influenciadores lucram, enquanto seus seguidores contabilizam prejuízos e relatos desesperadores de dependência dos jogos e de dinheiro tomado a juros exorbitantes no cartão de crédito e até mesmo de agiotas para manter o vício.

De acordo com informações do site Consultor Jurídico, no Brasil, ainda não há uma normatização em relação aos jogos de azar na internet. Isso porque a Lei das Contravenções Penais dispõe que a legislação pátria apenas é aplicável quando a contravenção é praticada em território nacional. Dessa feita, como os jogos virtuais estão, na maioria das vezes, hospedados em domínios estrangeiros, figura-se um conflito de territorialidade, o que afasta a legitimidade e a competência do Estado brasileiro quanto à prática de jogos nestes ambientes. Atualmente, há em trâmite perante o Congresso Nacional projetos de lei que visam a bloquear o acesso de brasileiros a algumas páginas de sites de apostas e jogos virtuais, bem como restringir o uso de cartão de crédito internacional para tais atividades, com objetivo de dificultar a prática de "jogos de azar". Outros projetos de lei, como o de n° 186/2014, que busca regulamentar jogo do bicho, bingo (online e presencial), jogos de cassino (online e alocados em complexos de lazer), apostas esportivas e não esportivas (online e presencial), estipulando como de responsabilidade do governo federal na fiscalização dos estabelecimentos credenciados. Importante lembrar que, no Brasil, somente são permitidos os jogos deste tipo quando realizados pela Loteria Federal. A conclusão é que devido à falta de regulamentação ou por questões jurídicas relacionadas à territorialidade, o poder público não consegue controlar, fiscalizar ou proibir que qualquer pessoa faça apostas ou jogue utilizando-se cartão de crédito internacional em casas de apostas de sites hospedados fora do território nacional, inexistindo, também, regulação quanto às loot boxes existentes em jogos digitais.

Posto isso, tem-se que essa temática deve ser tratada de forma específica no país, de modo a garantir que o Estado tenha efetivo controle sobre sua utilização e, ao mesmo tempo, sejam mitigadas as consequências lesivas dos jogos de azar, especialmente considerando que a internet e as novas tecnologias possibilitam o acesso a esse tipo de atividade por crianças e adolescentes, trazendo novos contornos a antigas questões.

Influenciadora detona colegas

É importante frisar que nem todos os influenciadores digitais famosos e ou iniciantes instigam seus seguidores a ilusão das bancas de apostas, recentemente a Influencer e ex-BBB Camila de Lucas, soltou o verbo contra seus colegas que aceitaram lucrar com a desgraça alheia de seus seguidores: “E o povo não tem vergonha na cara e continua indicando jogo falso, de tela gravada, que eles ficam falando que ganham dinheiro. Mentira, não ganha. Enganando o povo. Não cai, gente, nessa porque esses influenciadores estão ganhando um dinheirão pra ficar postando esses jogos e vocês indo nessa, achando que vão ganhar. Não vão ganhar. Não vão ganhar. Não vão”, disse Camila.

“Porque eles mesmo não jogam. Eles jogam porque tá fazendo a publicidade. Cara, admissível a falta de respeito com os seguidores ficar indicando uma palhaçada dessa. Falsa, gente. É sério, cara. É muito muito feio isso. A exposição que a gente tem na internet, a quantidade de seguidores que a gente, a gente tem que ter responsabilidade com tipo de publicidade, com as empresas que a gente se relaciona. Eu recebi uma proposta, há uns meses atrás, eu posto o print pra vocês, de uma empresa querendo que eu divulgasse um método contraceptivo. Eu não vou divulgar um método contraceptivo pra vocês que eu não uso, que eu sei que pode dar reação diferente no corpo das pessoas. Cada corpo reage de um jeito. Gente, um dinheirão. Quando eu falo um dinheirão, é um dinheirão, eu não aceitei porque eu fico preocupada. Eu não quero depois vir aqui indicar pra vocês um negócio que vai dar problema nos meus seguidores”, detonou a influenciadora em suas redes sociais. Confira um resumo do desabafo feito por ela em publicação do Youtube.