06/06/2023

| PARLAMENTO LITERÁRIO | A coexistência humana no universo e a teoria do Inconsciente Coletivo Superior.


Por Adriano Sales
Poeta, Escritor & Psicanalista 

A reformulação sintética da mente é uma teoria proposta pelo filósofo e neurocientista Douglas Hofstadter em seu livro “Godel, Escher, Bach: um entrelaçamento de gênios brilhantes”. A teoria sugere que a mente humana é uma espécie de sistema autorreferencial que pode ser descrito como um “loop estranho. 

De acordo com Hofstadter a mente é capaz de criar uma representação simbólica de si mesma e usá-la para gerar novas ideias e conceitos. Essa habilidade de se referir a si mesma de forma recursiva é o que permite que a mente crie uma compreensão mais profunda do mundo ao seu redor. 

A reformulação sintética da mente também sugere que a consciência é uma emergência do processo de autorreferência da mente. Em outras palavras, a consciência é uma propriedade emergente do sistema autorreferencial da mente que surge quando ele alcança um certo grau de complexidade. 

Embora a teoria da reformulação sintética da mente tenha sido controversa desde sua proposta, ela tem sido influente no estudo da inteligência artificial e da cognição humana. Sabendo que a humanidade precisa de uma nova perspectiva: a perspectiva humana para um novo inconsciente é uma teoria proposta pelo psicólogo e filósofo Erick Neumann em seu livro “The origins and History of Consciousnnes” (“As origens e a história da consciência”). 

Segundo Neumann, a evolução da consciência humana envolve a criação de um novo consciente coletivo, que ele chamou de “inconsciente criativo”. Esse novo inconsciente é composto por elementos que são exclusivos da experiência humana, como a capacidade de criar arte, literatura, música e outras formas de expressão criativa. Tendo isso em mente se faz possível corroborar que Neumann argumenta claramente que o inconsciente criativo é uma resposta à crescente complexidade e fragmentação da sociedade moderna. À medida que a sociedade se torna cada vez mais complexa e fragmentada as pessoas precisam de novas formas de se conectar e encontrar significado em suas vidas. A criação de formas de expressão criativa que são compartilhadas por muitas pessoas, pode ajudar a construir uma nova forma de conexão e significado. 

Essa perspectiva do inconsciente criativo também sugere que o inconsciente criativo é uma fonte de inspiração e renovação para a cultura humana. Ao acessar o inconsciente criativo as pessoas podem criar novas formas de arte e literatura que desafiam as normas existentes e ajudam a moldar o futuro da cultura humana. 

Concluímos, desta feita, que com sua complexidade e por ser a Existência humana um tema tão complexo e multifacetado que tem sido objeto de discussão e reflexão ao longo da história da humanidade podemos afirmar que a existência humana é caracterizada por uma busca contínua por significado, propósito e compreensão do mundo ao nosso redor. 

Ao longo da história da humanidade diferentes pensadores e filósofos propuseram teorias e concepções sobre a natureza da existência humana, desde o existencialismo ate o pensamento oriental. No entanto, independentemente da abordagem a maioria concorda que a existência humana é marcada por uma sensação de finitude, vulnerabilidade e impermanência bem como pela busca por valores como a liberdade, a justiça e a felicidade. 

Embora a existência humana seja muitas vezes acompanhada por desafios e incertezas ela também pode ser marcada por momentos de realização, conexão e significado. Através da busca por conhecimento, experiência e propósito os seres humanos tem a capacidade de criar uma vida significativa para si mesmos e para os outros ao seu redor. 

E é exatamente nesta perspectiva que poderemos inferir que a coexistência humana no universo é um tema demasiadamente complexo e sucinta uma série de implicações e problemáticas filosóficas, científicas e teológicas. Em termos simples, a coexistência humana no universo refere-se a nossa capacidade de compartilhar o mundo com outras formas de vida e reconhecer a interconexão entre todos os seres do universo: ponto defendido pela teoria do ICS – Inconsciente coletivo superior. Do ponto de vista científico sabemos que o universo é vasto e diverso, com bilhões de galáxias, estrelas e planetas. Ainda não temos evidências definitivas de vida em outras partes do universo, mas a descoberta de planetas habitáveis em outras estrelas e a presença de moléculas orgânicas em outras partes do sistema solar sugerem que a vida pode ser mais comum do que pensávamos anteriormente. 

Do ponto de vista filosófico a coexistência humana no universo pode ser vista como uma questão de respeito e compaixão pelas outras formas de vida. Como seres humanos temos a responsabilidade de cuidar e zelar pela biodiversidade que sustenta a vida na terra. 

Finalmente, do ponto de vista teológico a coexistência humana no universo pode ser vista como uma questão de reconhecer a presença de uma força maior ou divindade que conecta todos os seres no universo. A maioria das religiões ensina que todos os seres são criados por uma força divina e têm um propósito único no universo. 

Em última análise a coexistência humana no universo é uma questão de reconhecer que somos parte de um ecossistema maior e que nosso bem-estar e sobrevivência estão intimamente ligados ao bem-estar e sobrevivência de todas as outras formas de vida no universo. 

Nesta perspectiva, entendendo a singularidade desse ecossistema maior, desse universo vastíssimo e infinito a teoria do ICS – inconsciente coletivo superior – surge quando na tentativa de dimensionar as possíveis interconexões entre estes seres, mas não apenas entre os seres humanos, mas os seres universais. A isso chegamos a um conceito de psicósmica ou psicosmológica, a uma consciência universal e a hereditariedade universal da qual somos tributários.

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