Família suspeita de assassinato, mas polícia e perícia ainda não concluíram apuração
A Polícia Civil já solicitou ao Instituto Médico Legal a
perícia do corpo de Wedson de Lima Fernandes, 26, encontrado morto na
Casa de Custódia de Arapiraca na noite de quarta-feira. De acordo com a
delegada Maria José Ferreira, que estava de plantão naquele dia, o
Instituto de Criminalística não encontrou vestígios que caracterizassem
morte por espancamento.
Wedson - que estava sob custódia por ter estuprado a enteada de três
anos de idade no dia 17 – teria reclamado de dores abdominais e chegou a
ser levado para o Hospital Regional que fica na cidade. Por telefone, o
atendimento do Hospital confirmou a entrada dele no ambulatório, porém
não pôde informar os motivos que o levaram à emergência.
Segundo a plantonista, que também esteve na Casa de Custódia, o
óbito foi constatado por uma médica do Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência (Samu) por volta das 22 horas. “Aparentemente não tinha sinal
de espancamento nem nada. Agora vamos aguardar o exame do corpo de
delito, que já foi solicitado. O Instituto de Criminalística esteve no
local, já fez os procedimento iniciais, só falta o legista do IML para
complementar. Mas de antemão, os peritos do IC disseram que não havia
nada de estranho”, disse a delegada.
Contrários às declarações da polícia, os familiares de Wedson
disseram à imprensa local que a morte foi provocada por alguém de dentro
da Casa de Custódia e, ainda, sob o consentimento dos policiais, que
não o isolaram dos demais custodiados.
À reportagem, a delegada disse que as condições estruturais da
carceragem da Casa de Custódia de Arapiraca não permitiriam que Wedson
fosse mantido numa cela separada. Quando chegou ao local, Maria José
teria constatado o corpo no corredor.
“Estamos aguardando a perícia, pois só com o laudo do IML é que
podemos ter uma conclusão do que foi que aconteceu. Por enquanto não dá
para a gente fazer nenhuma afirmativa”, lembrou a delegada.