02/06/2013

Celulares podem ter 10 vezes mais bactérias do que vasos sanitários

Com certeza alguma vez você parou, olhou para o celular e pensou: nossa, como ele está sujo (ou como a tela está “embaçada”)! Não é tão difícil imaginar o porquê, não é verdade? Depois de passar pelas suas mãos, rolar sobre as mesas, se perder dentro da bolsa ou mochila, o celular acaba acumulando sujeiras… Ou melhor, ele acumula 10 vezes mais bactérias do que a maioria dos vasos sanitários. Ficou assustado? Essa conclusão é de uma pesquisa recente feita na Universidade do Arizona (EUA).

E o que isso significa? Há motivos para pânico?
Não é tão alarmante, se você acompanhar o raciocínio do infectologista-chefe do Hospital Villa-Lobos, Cláudio Roberto Gonsalez. “Encontrar germes no celular ou no sanitário não significa algum problema. É natural e o que se espera que aconteça”, afirma.

Segundo o médico, a presença destes seres microscópicos não é “privilégio” de determinados produtos. “Tudo no meio ambiente é infectado. Não existe nada que não seja. A ideia de que há um local que não tenha germes não existe. Não incluindo centros cirúrgicos, claro. Neste caso, é outra história”, ressalta.

Apesar disso, Gonsalez alerta que é importante manter boas práticas de higiene, como lavar as mãos e fazer a limpeza adequada destes objetos, pois isso diminui a quantidade de bactérias que podemos adquirir.

O uso do álcool gel em substituição ao hábito de lavar as mãos não é a mesma coisa, de acordo com o infectologista. “O álcool gel é um complemento. O ideal é lavar as mãos”.

Deixar de lado tais hábitos de higiene pode abrir as portas para a entrada desses germes no organismo. Entretanto, grande parte deles não faz mal à saúde. “Teoricamente, os germes presentes nesses produtos não são nocivos, porque são os mesmos que estão na nossa pele, que estão conosco. Até podem causar doenças graves, mas vai depender de uma falha de defesa do organismo e da via de introdução deste germe”, enfatiza o médico.

De fato, é importante desinfectar os aparelhos, mas sem fazer disso uma preocupação obsessiva. “Toda vez que você fizer a desinfecção do aparelho, momentos depois ele já está contaminado”, afirma o infectologista. E completa: “Tudo tem que ser dosado”.

Como limpar corretamente o aparelho que enfrenta mesas de reunião e de almoço todos os dias? Vamos a algumas dicas divulgadas pelo site movebla

Primeiro, desligue tudo: se vai limpar seu aparelho, é importante desligá-lo e, se possível, tirar a bateria e deixá-la de lado. Você vai usar alguns produtos líquidos e não queremos um acidente.

Limpe o aparelho: use uma solução de álcool 70%. Dá para achar em algumas farmácias. Aplique a solução umedecendo um pano limpo sem excesso de líquido que permita que uma gota possa cair acidentalmente dentro do aparelho. Mas atenção; limpe somente a parte externa, e não use nada com álcool na tela do aparelho, a não ser que ele já use uma película protetora. Sobre a tela, falaremos mais à frente.

Limpe a tela: se você não é fã das películas (apesar de recomendarmos fortemente uma), existem alternativas. Procure em lojas de informática produtos específicos para limpeza de telas de gadgets. E aplique-os, novamente, sem excesso e com um pano limpo. Não use flanelas, pois podem espalhar fiapos e sujar ainda mais.

Pó acumulado: já o pó que se acumula entre teclados e saídas para cabos, é preciso uma escova especial, que você encontra no banheiro mais próximo. Isso, uma escova de dente bem seca é o bastante. Pode ser uma usada mesmo. Ela alcança as extremidades que os panos não conseguem, como o espaço entre teclas. No caso de muita sujeira nas saídas dos cabos, você pode usar um pedaço de fita adesiva. Cole-o na saída, e retire-o. O pó e a sujeira mais difícil vão junto. Só tome o cuidado de usar fita adesiva de escritório (aquelas brancas) ou tipo durex. Fitas muito potentes podem deixar resíduos de adesivo na saída do cabo, e isso não é legal.

No dia-a-dia: não precisa levar na mochila uma garrafa de álcool 70%. Um pano bem seco ou uma toalha de papel já bastam para retirar digitais e resíduos. É uma boa se o celular vive pouco no bolso e muito na mão. E evite usar o celular enquanto come. É o principal momento onde seu celular se contamina. Em alguns lugares já soa como falta de educação colocar o celular à mesa enquanto almoça justamente por causa disso.