Autoridades judiciais não souberam explicar o porquê de eles estarem fora das grades.

Foto: Montagem Flávia Yezzi / Correio de Alagoas
Prestes a completar um ano da condenação, os quatro ex-prefeitos “gabirus” Carlos Eurico Leão e Lima, o “Kaíka” (Porto Calvo), Fábio Apóstolo de Lira (Feira Grande), José Hermes de Lima (Canapi) e Neiwton Silva (Igreja Nova), condenados pelo Tribunal Regional Federal da 5.ª Região, no Recife, a 12 anos e 6 meses de reclusão pelos crimes de quadrilha, corrupção e desvio de verba pública continuam soltos, desfrutando livremente da impunidade que corrói o Estado. Eles foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) após a investigação que ficou popularmente conhecida como “Operação Gabiru”.
Com tantos escândalos está cada vez mais difícil distinguir entre
milhares de políticos alguns que certamente são honestos e dispostos a
bem representar a sociedade na vida pública. Episódio recente, como o
desvio de verbas da mesa diretora da Assembleia Legislativa de Alagoas
denunciado pelo deputado João Henrique Caldas. Como também uma matéria
veiculada pelo Jornal Extra, onde foi destacado que mais da metade dos
prefeitos alagoanos estão envolvidos com ações de corrupção só acabam
sujando ainda mais o cenário da política alagoana.Ouvido pelo Jornal
Extra, o Ministério Público Federal por meio de sua assessoria informou
que não se posicionaria sobre o assunto, pois o que o órgão pôde fazer,
já fez, no que pesa as denúncias e o pedido de condenação.
Mas sobre eles estarem em liberdade, a assessoria disse que é problema
da justiça. A reportagem procurou também saber do Tribunal Regional
Federal da 5ª Região, responsável pela condenação, que através de sua
assessoria alegou não ter informações sobre os prefeitos condenados
estarem desfrutando da liberdade, onde ressaltou que a primeira
instância, a que executa a pena é que poderia responder. A assessoria
disse também que o Tribunal condenou, mas não interfere na pena e que o
processo está na justiça alagoana. O disse me disse está implantado e a
única coisa que não souberam responder foi o porque de eles estarem
soltos.
O julgamento e a condenação
Em
novembro do ano passado, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª
Região, em Recife, julgou o processo contra os acusados de desviar
recursos destinados à compra de merenda escolar em municípios do
interior de Alagoas, presos pela Operação Gabiru, da Polícia Federal. O
TRF acatou a denúncia contra os oito prefeitos acusados, que responderam
a ação penal.
Os acusados foram os prefeitos na época, de Igreja Nova, Neiwton Silva;
de São Luiz do Quitunde, Cícero Cavalcante (que pretende se candidatar a
deputado estadual); São José da Laje, Paulo Roberto Pereira; Matriz do
Camaragibe, Marcos Paulo (atualmente é prefeito do município, eleito em
2012); de Porto Calvo, Carlos Eurico Leão e Lima, o Kaíka; Em Marechal,
Danilo Dâmaso; Feira Grande, Fábio Lira e Canapi, José Hermes, todos
acusados de desviar verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação e de lavagem de dinheiro. O esquema pode ter desviado R$ 1,8
milhão, segundo a PF.
Foram condenados apenas quatro: Neiwton Silva, Fábio Lira, Jose Hermes e
Carlos Eurico. Eles foram condenados a 12 anos e 6 meses de reclusão
pelos crimes de quadrilha, corrupção e desvio de verba pública. Danilo
Dâmaso - ex-prefeito de Marechal Deodoro - que também constava como réu,
faleceu em abril do ano passado.