09/11/2016

Vereadores de Inhapi aprovam aumento de 71% nos próprios salários e de 100% na verba de gabinete

Salário dos edis passa dos atuais 3.500,00 para 6.000,00, já a verba de gabinete, recurso utilizada para custeio de eventuais despesas da atividade parlamentar sobe de 1.500,00 para 3.000.00.

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               Crédito: Por: Redação
É incrível como ao que se aproximam as eleições a grande maioria dos políticos estão sempre  dispostos a tudo para enganar a população, passando aquela velha imagem de verdadeiros representantes do povo, que realmente se preocupam com seus problemas e os problemas da comunidade. Tudo “balela”, pois, seus únicos interesses mesmo, são com os próprios bolsos, fato que com o passar das eleições não demora muito para ser comprovado, afinal, depois de eleitos são mais três anos para simplesmente ignorar o eleitor e reaparecer somente no ultimo ano de mandato, quando novamente é hora de voltar a prometer e enganar a população.

Pois bem; nunca antes na história do município de Inhapi, alto sertão alagoano, tal contextualização se encaixou tão bem a realidade deste sofrido município, afinal de contas, o que aconteceu nesta terça-feira (08) na Câmara Municipal de Vereadores foi literalmente um “tapa na cara” da sociedade inhapiense. Simplesmente 06 de 10 dos 11 vereadores do município que se fizeram presente a mais uma sessão ordinária do legislativo municipal aprovaram um aumento absurdo de 71% nos seus próprios salários e 100% na verba de gabinete para custeio de eventuais despesas da atividade legislativa. Em números, ou melhor, em cifras orçamentárias, isso significa que os salários dos edis passam dos atuais 3.500,00 + 1.500,00 de Verba de Gabinete, para 6.000,00 + 3.000,00 do aditivo, totalizando nada mais, nada menos que 9.000,00 (Nove mil reais) a disposição de cada um dos 11 vereadores do município, ou seja, um alto custo a ser pago por uma população que sobrevive economicamente do Bolsa Família, da Prefeitura e do comércio local, que em média, não tem condições de pagar a seus funcionários mais que um salário mínimo, porém, é esta mesma população “pobre” que agora terá que desembolsar em impostos 99.000,00 (Noventa e nove mil reais) por mês com seus “abnegados” vereadores, o que corresponde a um estrondoso montante de quase 1.200.000,00 (Um Milhão e Duzentos Mil Reais) ao ano, ou pelo menos, até a aprovação do próximo orçamento no final de 2017.

Mas engana-se quem pensa que o abusivo aumento aprovado pelos vereadores que aparentemente, acredite quem quiser, não é ilegal, porém, de uma imoralidade absurda, não foi o que mais chamou a atenção dos munícipes, talvez tenha sido o que lhes deixou mais indignados, no entanto, o fato do projeto ter sido aprovado após as eleições deixa transparecer que seria uma espécie de “prêmio” de consolação para os vereadores que não conseguiram a reeleição e um “bônus” para os que conseguiram pagarem “supostas” dívidas de campanha.

Agora o mais interessante mesmo de tudo isso, é que em Outubro de 2015 nossa equipe de redação chegou a noticiar (conforme pode ser revisto ao final da matéria) um projeto de lei de autoria do vereador (reeleito) Valter de Elias reduzindo seus próprios salários em 50%, ou seja, caindo dos atuais 3.500,00 para 1.750,00. Vale lembrar que a época a proposta que chegou a ser aprovada pelos vereadores também incluía os salários do prefeito, da vice-prefeita e dos secretários, tudo isso, em resposta a um movimento que á época estimulado pelo gestor municipal, pedia a redução dos salários dos vereadores para 930,00 uma espécie de represália a resposta da Câmara a um projeto de contenção de gastos enviado pelo Prefeito Zé Cícero que previa a redução salarial de 10% no seu próprio salário, da vice-prefeita Cristina Costa, dos secretários e de todos os ocupantes de cargos comissionados do governo. Projeto esse que não foi visto com bons olhos pela maioria dos vereadores que logo se colocaram contra a redução salarial dos servidores comissionados, chegando a propor uma emenda ao projeto original do Poder Executivo que suspendia a redução salarial dos comissionados e aumentava de 10 para 30% a redução salarial do prefeito, da vice e dos secretários, mas que pouco tempo depois foi substituída por outra emenda com um corte ainda maior, desta vez de 50% para todo auto-escalação do governo e inclusive dos próprios vereadores, porém, o prefeito resolveu dar um basta em tanta “demagogia” e vetou a proposta.

Passado a parte, retornando para o presente, votaram a favor do aumento nesta terça-feira (08) os vereadores; Laércio, Benzol, Vaninho, Gilson Tenório, Beto Malta e Valter de Elias, este último, autor do polêmico projeto... e curiosamente o mesmo vereador que em 2015 defendia justamente o contrário, ou seja, a redução do próprio salário. Não compareceram a sessão os vereador;  Divan Ferreira.

Uma vez aprovada à proposta, os vereadores passam a receber o novo salário a partir de Janeiro. o repasse integral do duodécimo, algo em torno de 125.000,00 (Cento e vinte e cinco mil reais).

Apesar de toda a polêmica, ainda não se sabe algum cidadão, vereador, associação comunitária, ou mesmo os vereadores eleitos de primeiro mandato irão recorrer ao Ministério Público contra o aumento, porém, o que todos têm absoluta certeza é que esta conta mais uma vez quem irá pagar é o povo de Inhapi.

 Vale apena relembrar!