
A quebra de sigilos foi pedida no dia 7 e
deferida na quinta-feira. Os ofícios de solicitação de informações
foram enviados na sexta-feira ao Banco Central e à Receita Federal. O
caso tramita em segredo de Justiça.
Na mesma decisão, Zavascki autorizou a
quebra de sigilo bancário de quatro outras pessoas, entre elas Pedro
Paulo Leoni, ex-ministro de Collor, e de 12 empresas, como a Gazeta de
Alagoas, ligada à família do senador.
Ex-presidente da República alvo de
impeachment em 1992, Collor é um dos 50 investigados no STF por suposto
envolvimento em desvios na Petrobrás. A quebra de sigilo será usada
pelos investigadores para checar eventuais depósitos mencionados pelos
delatores da Lava Jato.
Para o senador Fernando Collor (PTB-AL),
o MP age como se estivesse no “grande pedestal da moralidade pública e
no mais elevado altar da ética institucional”
O doleiro Alberto Youssef disse em
delação premiada ter feito “vários depósitos” a Collor e autorizado
entregas de dinheiro em espécie. Em operação de busca e apreensão no
escritório de Youssef, investigadores encontraram depósitos em nome do
senador que somam R$ 50 mil. As operações bancárias foram feitas entre 2
e 5 de maio de 2013.
Reação
O advogado de Collor, Fernando Neves, disse não ter conhecimento da decisão de Zavascki e não comentou o assunto.
Na semana passada, após o pedido de
quebra de sigilo, Collor protocolou quatro representações contra o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nas quais questiona
decisões e aponta “crimes de responsabilidade” por parte do chefe do
Ministério Público Federal.
Em outro inquérito, a PF pediu quebra de
sigilo bancário e fiscal do presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), e do deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE). A defesa de Renan, ao
saber pela imprensa da solicitação, deixou à disposição do Supremo as
movimentações bancárias e fiscais do parlamentar. Na sexta-feira,
Zavascki tomou uma decisão nesse caso, mas não se tem ciência, por ora,
do teor do despacho.
Fonte: Estadão