Conheça um pouco da história da jovem nutricionista canapiense que promete surpreender nas eleições deste ano e que já teve sua pré-candidatura à vereadora confirmada durante convenção do Partido dos Trabalhadores.
Moradora de Canapi desde seu nascimento, Danielli Martins cresceu e se criou no alto sertão de Alagoas, na cidade na qual sempre teve tanto amor. Hoje, com 24 anos de idade, já graduada em nutrição, lembra e conta da minha infância com muito carinho, afeto e alegria pelos momentos de felicidade que teve nas ruas de Canapi. Desde as andadas de bicicleta com seus amigos, às brincadeiras na rua Sônia Malta e Joaquim Tetê, que à época era o ponto de encontro da criançada e juventude. Época essa, marcada por brincadeiras, jogos de rua e que muitas vezes um tampão de dedo era arrancado após muito correr nas brincadeiras de “gato”, “queimada” e “sete cacos”.
“Recordo, que naquela época toda às terças-feiras à noite ia até o restaurante da minha tia Marinalva Martins (em memória), restaurante esse que por muitas vezes matou a fome de muita gente que necessitava, lá eu descascar batatas, cenouras, chuchus e demais ingredientes para o dia seguinte onde era e ainda hoje éo dia de feira em Canapi. A partir daí, surgiu um grande interesse na culinária que se expandiu entre a minha adolescência e juventude”, disse Danielli.
Ainda durante a infância, a jovem canapiense, estudou na Creche Casulo Menino Jesus, posteriormente na Escola Estadual Luiz Bastos e finalizou o ensino fundamental na Escola Municipal de Educação Básica Tancredo Neves, quando retornou à escola Estadual Luiz Bastos e finalizou o ensino médio. No final do ensino médio e ano de 2016 veio o questionamento de todo jovem recém formado e a estigma sobre qual curso prestar vestibular, inicialmente aplicando sua nota de corte em cursos “que dava para passar” e que teria condições financeiras para arcar com as despesas, foi então que passou em serviço social, pelo (PROUNI), Engenharia de Produção e Ciência da Computação (UFAL), porém, nenhum dos cursos a fez “brilhar os olhos”.
Durante o ensino médio, por ser muito “falante”, ter um sendo de justiça muito forte no coração, alguns professores a questionaram o porquê de não prestar vestibular para Direito, e foi ai, que viu seus olhos brilharem. No ano seguinte, em 2017, decidiu estudar e prestar vestibular no SISU e PROUNI, afinal, seus pais nunca tiveram condições de arcar com os custos de uma faculdade particular. Neste ano, surgiu uma grande vontade em estudar sobre os alimentos e graças a uma memória afetiva da época que ajudava sua tia Marinalva, viu ali, agora, dividida entre duas opções de cursos que fizeram seus olhos brilharem. Eis que a decisão foi pelo primeiro vestibular em que fosse aprovada, pois seria sua 1º opção. E assim fez, sendo aprovada através do PROUNI em Nutrição na Faculdade da Cidade de Maceió e UNINASSAU.
Em 2018, Danielli inicia a sonhada Faculdade de Nutrição e durante os 02 primeiros anos de curso dividindo um apartamento enquanto conciliava os estudos com um emprego que conseguiu no Shopping. “Trabalhei 1 ano e 8 meses em uma loja de roupas infantis onde era apaixonada em atender crianças, e diariamente acordava cedo, chegava tarde e sentia falta de casa. Tudo isso para realizar um sonho: me formar. Em 2020, veio a pandemia e infelizmente tive que finalizar a faculdade de modo online em casa”, disse.
“Durante minha vida, todas as minhas decisões foram marcadas por determinação e apoio integral da minha família. Sem hesitar, eles sempre me apoiaram. Eles são e sempre serão meu alicerce, meu porto seguro, meu lugar favorito, onde eu sei que posso voltar a qualquer momento. E por falar em casa... Sempre quis abraçar o mundo com as minhas próprias mãos, mas aprendi que antes de querer abraçar e organizar o mundo, deve-se primeiro olhar e organizar a nossa casa. E nada mais justo do quer começar a fazer isso pela a minha: Canapi”, pontuou.
Quando questionada sobre de onde surgiu esse desejo de lançar seu nome como pré-candidata a vereadora por Canapi... Danielli não se esconde da resposta: “Desejo de mudança, insatisfação com a atual gestão, preocupação com o futuro da juventude e a busca pelo acolhimento e atenção à população feminina”.
“Inquieta que sou, meu desejo de mudança não é pequeno, tampouco minguado. Acredito que a insatisfação com a atual gestão não é apenas um sentimento único por parte de mim. Observo que Canapi durante os 16 anos da atual gestão é visto como uma mina de ouro, onde apenas é retirado o ouro (o dinheiro) e largado os dejetos não valiosos (a população). Mas o que a atual gestão não entende de verdade é que o nosso tesouro maior, é a população. População essa que grita e clama por notoriedade. População essa que sofre com a falta de assistência e está cansada de tanta humilhação por parte da gestão e por todos aqueles que fazem parte da câmara de vereadores e deveriam fiscalizar e pedir pela população. Incentivar as crianças e juventude a conhecer a política é essencial para uma sociedade pensante, discursa e questionadora. Me preocupo com o futuro das crianças e juventude de Canapi, pois vejo que a assistência prestada é quase que totalmente escassa. Educação, moradia, alimentação saudável, saúde e demais condições que é direito de toda criança para ter um bom desenvolvimento e qualidade de vida, ainda é visto como não prioridade em Canapi. Além disso, vejo a juventude sendo totalmente negligenciada. Sem o mínimo de atenção pelos gestores. Sem incentivos no esporte, na educação, na cultura, na política e em demais áreas que se fazem presente os jovens. Nós mulheres desde que nascemos fomos criadas e orientadas a sempre cuidar. E quando falo em cuidar, é cuidar da família, do marido, do pais em hora necessitada e do filho que precisa de assistência,mas em mim sempre houve um questionamento, quem cuida de nós mesmas? Observo diversas mães, mulheres e meninas sem o mínimo da assistência básica que toda mulher precisa, seja ele um absorvente, um programa de melhoria da saúde da mulher, um acolhimento à vítima de violência doméstica e até um incentivo aos estudos e empreendedorismo. Utilizar do mês de outubro considerado o mês da luta contra o câncer de mama para elaborar jornadas de cuidados com a saúde da mulher não é suficiente. Um mês não resolverá um problema que épertinente durante o ano. Além disso, quando não se há acolhimento a vítima de violência doméstica por parte do parceiro, muitas vezes isso faz com que a denúncia não seja feita por medo de não ter para onde ir, e resultados disso, é um crescente no número de vítimas de feminicídio em nosso município. Levar o empreendedorismo à população feminina, é trazer independência e garantia que haverá uma melhoria nas condições de vida da mulher e de sua família”, concluiu.