Evento realizado por
Professores e Alunos Escola da comunidade contou com o apoio das secretarias
municipais de Cultura e de Educação e teve a participação dos moradores da
comunidade, visitantes e convidados.
Por: Redação\Profª Rosineia
Moradores do povoado quilombola tupete
em Canapi no alto sertão de Alagoas viveram momentos de muita alegria, diversão
e emoção na última segunda-feira (21) com a realização da 1ª Amostra Cultural
da comunidade realizada por professores e alunos do povoado, contando um pouco
da história e da origem do quilombo. O evento contou com o apoio das
secretarias municipais de Cultura e de Educação e teve a participação dos moradores
da comunidade, visitantes e convidados.
A 1ª Amostra Cultural da Comunidade
Tupete teve por objetivo: Valorizar a história de um povo observando sua
formação popular e sua preservação cultural; Trabalhar a contação de história os
repasses dos mais vividos; Trazer conscientização da evolução de um povo em
meio as suas lutas. Observar as conquistas; Trabalhar a leitura e escrita e se
posicionar como sujeito critico prontificado a expressar
e defender opiniões próprias; Levar os envolvidos no projeto a se reconhecerem
como sujeitos valiosos na história e evolução de um povo como também gerar
orgulho e satisfação de telespectadores vivenciando no momento.
ORIGEM
A comunidade é um centro familiar
localizada na zona rural do município de Canapi no alto sertão de Alagoas. Um
lugar lindo com uma paisagem encantadora, localizada ao pé de uma serra de
pedra enorme. A pedra grande na serra é chamada cruzeiro e seu destaque na
comunidade deu origem ao nome Tupete por nos lembrar um topete. Os primeiros
povos vinheram aqui habitar para ter acesso do croár – planta usada para com a
fibra fazer corda. E também trabalhar com o artesanato da palha de coco
“aricori”.
FAMÍLIAS DE ONTEM E DE HOJE
As primeiras famílias que aqui
chegaram para habitar o lugar foram às famílias dos Jitiranas dos Hilários
Pedros Paulinos e os Aprigios; A maior parte dessas famílias vinheram de uma
serra de Mata Grande município vizinho. Esses primeiros povos queriam buscavam
suas sustentabilidades habitando no lugar para facilitar o trabalho na
fabricação de corda e artesanato com a palha de coqueiro (coco aricori). O
local foi se tornando um centro familiar. Tornou-se uma comunidade- grande
família. Os laços sanguíneos é circulado sem corte. Todos somos Tupeteiros
parentes. Nos dias atuais temos 58 famílias. Um total de 266 pessoas. Sendo que
desses moradores 66 pessoas moram fora da comunidade. A maioria dos moradores
são crianças e jovens.
ECONOMIA E FORMAÇÃO
PROFISSIONAL
Nosso povo do Tupete é um povo
pobre lutador. As portas do emprego são pequenas janelinhas. Temos poucas
pessoas trabalhando. E quase todas atuam em trabalhos de contratos temporários.
Outros (os idosos) são aposentados ou pensionistas. Também tem os que vivem
recebendo auxilio do governo. Mas o foco maior é a agricultura familiar – forma
de subsistência. Mas pensa num povo guerreiro dotados de habilidades. Temos por
aqui: pedreiros costureiras doceiras professores artesãos (trabalhos com vidro
pintura em tecido obras com palhas crochê) auxiliar de escritório diaristas
agente comunitário de saúde guarda civil municipal técnica de enfermagem
auxiliar de farmácia.
DESENVOLVIMENTO E CONQUISTAS
Meu povo muito sofrido uma
grande precariedade foi à falta de água. Água boa para beber. No passar de
muitos anos a comunidade teve a construção de uma grande cisterna pública –
mesmo assim existia a falta de abastecimento para que a água fosse distribuída
para todos. Hoje essa mesma cisterna é bem abastecida pela a ação água para
todos do governo federal. (Operação Pipa- Água para todos - Exército). Temos
também um poço artesiano com água abundante e todos desfrutam felizes. Nossa
capela é nosso maior tesouro como católicos – é o habitar de encontro com Deus
e os irmãos – muito organizada com o capricho dos fieis e zelo do pároco. E tem
o campo de futebol local de prática de esporte e lazer. Tem também uma nascente
restaurada e preservada – a nossa fonte véia.
Algo que sonhamos muito foi à
luta e hoje temos – é um mine posto de saúde. E o reconhecimento como
Comunidade Quilombola é uma conquista um valioso marco para nossa história.
CULTURA E COMIDAS TIPICAS
A cultura de um povo e sua
riqueza, tupeteiros, pensa num povo rico. Ser forrozeiro tá no pé! E o samba de
coco- dança que acontecia para festejar celebrar e realizar um trabalho – o
aterro do piso de barro da casa de taipa. O instrumento para essa dança é o
guanzá – um litro( lata de óleo) com milho e um pano que fechava sua saída. As
músicas são versos improvisados. O reisado acontecia para diversão e encontro
de lazer. Hoje temos um grupo com 24 componentes (crianças jovens e adultos).
Com o objetivo maior de resgatar e manter a cultura local. Na culinária tupeteira
é muito cheio de requinte, povo prendado que faz de um tudo na cozinha, e tudo
muito bom, mas não abre mão de seus pratos. Raízes: farinha cuscuz cocada
feijão arroz e umbuzada – todas essas delicias feitas com um ingrediente
espetacular leite e bagaço do coquinho aricorí.
RELIGIÃO
Somos Católicos Apostólicos
Romanos. Temos um número pequeno praticante, mas como disse o reverendissimo Bispo diocesano (Dom
Dulcênio) numa visita pastoral: “... são poucos, mas são bons".
Por muito tempo foi mantido o costume das rezadeiras e parteiras. Aquelas que com tanto cuidado empenhavam-se para ver a vida chegando. Maria Jovina Jocelina Ana Maria (Maria Pedro), essas mulheres tornavam-se comadres das mães e segunda mãe (mãe de umbigo) dos renascidos “Nossas queridas mães”.
Uma festa tradicional na
comunidade é a festa da padroeira Nossa Senhora da Conceição que acontece de 29
de Novembro a 08 de Dezembro de cada ano. Essa festa foi organizada
primeiramente por Paulino Gomes. Seguiu com Sebastião João depois foi Jocelina Salvelina
Regina e hoje é mantida pelo grupo de fiéis que se empenham para que a festa
religiosa aconteça como um despertar para pedir louvar e agradecer a Deus pelos
cuidados e zelo de Maria Santíssima.
Para caminhar conosco –
guiando o povo na fé passaram aqui o padre:
Pe: Aluizio Martins.
Pe: Washington
Pe: Enaldo Chagas.
Pe: Cristiano Abilio.
Pe: Siloel de Souza e o atual pároco Pe: Márcio Cândido.
GRUPOS E MOVIMENTOS
Tivemos o grande Coral Nova
Esperança, conhecido como o coral de Zé Chico da Sanfona. O Grupo Jovem
Perseverantes no Amor de Deus. O grupo sementes do Amor, que ainda hoje vem
sendo regado. Também atua na comunidade um grupo de mulheres que poupam
financeiramente entre elas. Também tem um projeto social “mãos que ajudam”. Ainda
tem 02 ministras extraordinárias da Eucaristia, 04 catequistas atuando e fomos
sede da Pastoral da Criança.
QUEM SOMOS QUAIS NOSSOS SONHOS
Somos um povo alegre com
característica de sermos solidários e somos verdadeiramente, mas levantou-se conflitos entre
nós. Temos uma turma desmotivada que não acredita em coisas boas acontecendo. É
um povo que já foi muito iludido, muitas promessas que resultaram na turma do
pessimismo.
E tem também a turminha da
discordância nos pontos de vista o que é mais comum e devia levar-nos a
maturidade. Porém infelizmente isso vem nos separando. Vencer esses conflitos
tornou-se sonho nosso. Expulsá-lo! Quando acontecer num tempo próximo, ai
estaremos bem unidos e juntos vamos a lutar para que aconteça as políticas
públicas melhorando e garantindo a qualidade de vida para esse povo do Tupete.
Minhas palavras podem soar
como fantasiosas e são, gosto de embelezar, mas é real, tenho pulso com união
ao povo vamos lutar e a vitória vamos alcançar!