13/04/2013

Caso de menina violentada por companheiro da avó em Maceió completa 2 meses sem prisão de acusado.

CadaMinutoA irmã da vítima também revelou ter sido abusada pelo mesmo homem. Conselho Tutelar revela que números deste tipo de violência são assustadores.

Um crime ocorrido no dia 13 de março deste ano ganhou repercussão no Estado, mas passados dois meses segue impune. O estupro sofrido por uma criança de apenas dez anos foi denunciado ao Conselho Tutelar da 7ª Região e comprovado através de exame de conjunção carnal. O acusado, companheiro da avó da menina, conseguiu foragir. O caso ganhou contornos ainda mais dramáticos quando a irmã da vítima, de seis, revelou também ter sofrido violência sexual cometida pelo mesmo homem. Um levantamento feito pelos conselheiros revela que os números deste tipo de ocorrência são alarmantes.

No dia 14 de março os conselheiros tutelares ouviram o relato sofrido de Mariluze Borges da Silva. A mãe revelava que sua filha se queixava de dores no órgão genital e que indagada sobre o que teria ocorrido para estar naquela situação acabou contando que o companheiro de sua avó tinha abusado dela sexualmente.

“A menina não sabia exatamente do que se tratava, mas disse à mãe que o homem teria passado a mão nela, tentado penetrá-la com os dedos e que no final consumou o ato. Pelo  estado que ela  estava  sem sequer conseguir andar direito nós já tínhamos certeza que o fato relatado era verídico, uma médica a atendeu e constatou inchaço no órgão, então fomos para o IML fazer o exame de conjunção carnal para comprovar e abrir inquérito”, disse o presidente do Conselho, Arildo Alves.

Quando chegaram ao Instituto Médico Legal que estava funcionado provisoriamente no prédio do Hospital Sanatório encontraram as portas fechadas e não conseguiram atendimento. O diretor do IML, Luis Mansur, entrou em contato para justificar a situação. Segundo ele, a médica de plantão estaria doente e teve que faltar. Um novo horário para receber a menina foi marcado.

O grande problema nessa situação é que apesar da gravidade da afirmação das crianças violentadas, nada pode ser feito sem a comprovação através do exame.

A delegada responsável pela Delegacia de Crimes Contra a Criança e o Adolescente, Bárbara Arraes, ouviu a criança e a mãe, mas disse não poder dar nenhuma informação já que o inquérito instaurado segue em segredo de justiça. O exame de conjunção carnal deu positivo confirmando o estupro e a prisão do acusado pedida, mas ele foragiu
.
“Quando o caso começou a ser investigado a avó da menina esteve aqui no Conselho e disse para não levarmos a sério as acusações feitas por sua filha contra seu companheiro. Ficamos chocados com o apoio dela ao acusado. Há pouco tempo ela pós a casa para alugar o que sugere que tenha fugido com o estuprador” disse Arildo.

A irmã da vítima, de seis, também foi ouvida pelos conselheiros e revelou que tinha sofrido o mesmo tipo de abuso. Um exame feito na criança comprovou que ela teria sido molestada, mas que o ato não foi consumado.

Dois meses após o crime ter sido descoberto o acusado segue foragido e a família amedrontada. As meninas se mudaram e foram morar com o pai. Elas seguem tendo o apoio de uma psicóloga.

Números assustadores

Casos como o das irmãs não são mais novidade, os números alarmantes crescem a cada ano. Em levantamento realizado pelos conselheiros apontou que em 2012 apenas na 7ª região cem casos de maus tratos foram registrados e outros sessenta de abuso sexual.

Este ano as denúncias de violência sexual confirmadas já somam doze casos, mas os números podem crescer ainda mais já que muitas estão sendo investigadas.

O quadro ainda revela um grave problema social, sendo a grande parte deste tipo de abuso sendo praticada por pessoas próximas a vítima, que moram ou frequentam a casa delas.

“Na maioria das vezes o crime é praticado pelo pai, padrasto, tio, primo, avô e vizinhos. São pessoas que fazem parte do cotidiano das crianças e são de inteira confiança das família”, finalizou o conselheiro.

Por: Cada Minuto