Gravação comprova que os alunos estavam em casa e alguns só retornaram à escola após uma das Coordenadoras da EJA RURAL, atendendo a determinação da Secretaria de Educação, pedir o retorno as salas de aula para tirar fotos e garantir o pagamento de R$: 120 reais.
Por Redação/Marcio Martins
Há exatos três dias, a população de Canapi no alto sertão de Alagoas foi surpreendida com fotos publicadas pela Prefeitura em sua página oficial no Instagram e em textos pagos da Ascom em alguns veículos de imprensa. Nas imagens é possível observar o reaparecimento de alguns alunos da EJA - Educação de Jovens e Adultos que há meses não frequentavam as aulas, os chamados "alunos fantasmas" conforme demonstrou o episódio anterior desta série de reportagens investigativas sobre o programa educacional que se transformou num negócio milionário no sertão do Estado de Alagoas, onde o que menos importa segundo evidencia essa série, é o ensino aprendizagem dos jovens e adultos matriculados nas redes municipais de ensino.
Sob a promessa da entrega de cestas básicas, dinheiro e até mesmo participação no sorteio de uma moto 0 km como aconteceu no município de Maravilha/AL, jovens e adultos são atraídos a se matricular na EJA, e sem o comprometimento em manter o aluno na escola, o resultado são turmas de 15 a 25 alunos completamente esvaziadas, às vezes com apenas 4 e 5 alunos em dias letivos. Há casos inclusive, de aulas suspensas por falta de alunos, de professores remanejados e até mesmo de fechamento de imóveis alugados para funcionamento das salas de aula da EJA pelos municípios.
Muitas são as irregularidades, as quais serão temas dos nossos próximos episódios. Todavia, a "maquiagem" feita pela Prefeitura de Canapi divulgada no último final de semana, agregada ao criminoso ataque a imprensa na pessoa do Jornalista e Redator do site Central do Sertão Márcio Martins, em que a atual gestão municipal usa indevidamente a máquina pública e as redes sociais da prefeitura custeadas com dinheiro do contribuinte canapiense para divulgação das ações institucionais do Governo, são usadas para promover ataques a imprensa e a seus adversários políticos sob o manto da impunidade e a "cegueira" dos órgãos de justiça, controle e fiscalização.
Em um carrossel de imagens composta por 10 fotos publicadas em seu perfil no Instagram no último sábado (04), a prefeitura atacou de forma covarde e criminosa com calúnias e difamações o Jornalista Marcio Martins apresentando fotos que de acordo com sua assessoria seria a prova de que não existe alunos fantasmas na EJA municipal, como se as fotos das salas esvaziadas encaminhadas por servidores municipais publicadas pelo Jornalista não tivessem existido, como se pudessem alterar os fatos.
Acontece que, minutos depois da publicação do criminoso, vergonhoso, covarde e vexatório texto publicado pela prefeitura, o Jornalista Marcio Martins teve acesso a um áudio revelador que demonstra com clareza de detalhes como a Secretaria Municipal de Educação conseguiu fazer reaparecer os "Fantasmas da EJA". Na gravação entre outras coisas, uma das coordenadoras do programa na zona rural, pede para que os alunos RETORNEM (Atenção nessa palavra em caixa alta) para as salas e aos seus postos de trabalho para serem fotografados por determinação da secretaria e para que possam receber R$: 120 reais. A coordenadora responsável pelo áudio é a Professora Graciele Barbosa, filha do vereador Arnaldo Barbosa, que inclusive, ao finalzinho da sua fala, afirma ser a responsável por direcionar os alunos que ainda não estão lotados em nenhum posto de trabalho.
Confira o áudio na íntegra a seguir!
Além do áudio recebido pelo Jornalista Marcio Martins, nossa redação também recebeu informações via whatsapp, de que após a denúncia dos "alunos fantasmas" (Fantamas não porque não existem, mas por não frequentar as aulas), a Secretaria Municipal de Educação enviou professores diretamente a casa desses alunos para convocá-los a retornar para as salas de aula para serem fotografados e também com a promessa do pagamento dos R$: 120 reais.