Nota de repúdio emitida pela Câmara expôs o motorista de transporte alternativo Artur Macedo, que classificou a medida como censura e tentativa de intimidação.
Por: Marcio Martins
- "Quem não quer ser criticado, quem não quer ser satirizado, fique em casa, não seja candidato, não se ofereça ao público, não se ofereça a cargos políticos" - Quem não se lembra dessa famosa e enigmática frase proferida em um dos julgamentos do STF – Supremo Tribunal Federal pelo Ministro Alexandre de Moares quando ainda lhe restava o mínimo de coerência entre o discurso e a prática?
Pois bem; se o próprio Ministro ultimamente parece ter esquecido do que falou, imagine os vereadores do município de Pariconha no alto sertão de Alagoas que apoiaram a Nota de Repúdio publicada pela Câmara Municipal de Vereadores contra um cidadão que proferiu críticas contra os parlamentares em um grupo do aplicativo de mensagem Whatsapp durante um debate sobre a possível mudança do dia da feira livre do município.
De acordo com próprio cidadão, identificado por Artur Macedo, exposto na Nota divulgada pela Câmara, os vereadores não teriam gostado das críticas proferidas por ele contra o parlamento municipal, mas principalmente pelo uso do termo “comem no coxo do prefeito” que Artur proferiu em áudio no sentido de que concordam com tudo que o gestor faz.
Além de expor o cidadão deixando clara a intenção de censurar e intimidar, a nota assinada pelo Presidente Ver. Rosevaldo Soares da Silva, ainda afirma que medidas judiciais e administrativas serão tomadas.
Artur Macedo, o popular “Artur da Van” conhecido por sua profissão de motorista de transporte alternativo conversou com o Jornalista Marcio Martins e falou sua versão do que além da intimidação e da censura poderia está por trás dessa Nota publicada pela Câmara de Vereadores contra sua pessoa, afinal de contas, ele não é o primeiro e não será o último a proferir críticas contra a classe política, inclusive contra a Câmara que já chegou a ser classificada por outras pessoas, segundo ele, de “casa dos horrores” e nem por isso os vereadores emitiram Nota de Repúdio.
"Vejo esta nota de repúdio como uma forma de intimidação, censura, haja vista que, várias outras pessoas tercem críticas ao poder legislativo do município, porém, nunca vi tal postura semelhante pelos mesmos, inclusive no próprio grupo onde expus minha "opinião " outras pessoas também criticaram a postura da Câmara em relação ao tema em questão porém, só foi dado notoriedade ao meu posicionamento. Estou em outro grupo de WhatsApp do município onde já vi pessoas usando o seguinte termo para a Câmara Municipal, " como casa dos horrores" como também outras expressões, no entanto nunca houve uma postura tal como esta. Por que comigo teve nota e não com outros que os criticam também? Será que é pelo meu desempenho na eleição passada? Por não ser natural do município, porém residente há uns 05 anos e conquistar uma terceira suplência de vereador com muito orgulho? Vejo sim como uma forma intimidação onde querem calar minha boca, tirar o meu direito de me expressar, opinar a cerca daquilo o qual amo e me dedico que é a política para o povo. Considero essa nota, um ato irrelevante, desnecessário, medíocre. Os mesmos poderiam demonstrar que minha opinião é equivocada através de uma conduta que mostrasse o contrário daquilo que expus, porém esta postura só reforça a veracidade do meu posicionamento e que sim estou certo. Eles não tem argumentos plausíveis para rebater minha opinião "crítica", por isso tentam me calar por uma nota de repúdio onde no último parágrafo afirmam que irão recorrer a justiça. Sou um Cidadão que pago meus impostos e principalmente o salário destes que aí estão, será eu não posso criticá-los, cobrá-los que exerçam seus papéis? Será que não posso ver algo e opinar sobre aquilo que penso através do que vejo? O Brasil é um país democrático de direito onde tenho o livre direito de me expressar. Não usei palavras torpes, não os acusei, não os denegrir, não fiz menção pessoal ou individual a nenhum deles, mas sim no geral, apenas dei minha opinião a respeito de como o povo deveria proceder, a quem deveriam cobrar, e o porque dos vereadores não tomarem uma atitude acerca do assunto, ou seja apenas sugerir, opinei. 1° Relatei que não adiantava fazer protestos a frente da prefeitura, mas sim que o povo deveria se dirigir a Câmara de vereadores e cobrar dos mesmos, pois eles tem a prerrogativa legal dada pelo povo para cobrar do executivo que cumpra com as leis municipais; 2° Opinei que os mesmos não fazem nada e não estão fazendo nada; 3° que os mesmos aceitam tudo que o prefeito faz. Concordam com tudo, não cobram nada. Usei a seguinte expressão "comem no coxo do prefeito", Ou seja me referi que concordam com tudo. Sou um cidadão e um formador de opinião, tenho um eleitorado que votou em mim não por compras de votos ou barganhas, mas sim pelas opiniões por mim formadas e expostas aos mesmos. Conquistei e venho conquistando um grande apoio popular até aqui. Várias pessoas vieram a mim através das redes sociais preocupadas com tal nota que passa uma conotação de que fiz algo bárbaro, porém, os mesmos ao se depararem com o fato se demonstraram indignados por tal conduta do Poder Legislativo. Em fim, se eles forem processar, emitir nota de repúdio para todo aquele que torcerem algum tipo de crítica, vai ser muitos processos e notas" - Desabafou o cidadão pariconhense Artur Macedo, popular Artur da Van.