26/12/2015

Orçamento municipal de quase R$ 50 milhões é rejeitado pela Câmara de Vereadores de Inhapi

Prefeito diz que pode ter havido má fé da maioria dos vereadores, principalmente por ter optado por votação secreta
Prefeitura municipal de Inhapi
Em votação secreta, na sessão ordinária desta terça-feira (22), a Câmara de Vereadores de Inhapi rejeitou a Lei Orçamentária Anual (LOA) e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), deixando o prefeito do município, José Cícero Vieira (PT), em situação delicada para o ano que vem.

Na semana passada, os dois projetos de orçamento do Poder Executivo municipal já tinham sido rejeitados pela Comissão de Orçamento, Finanças e Fiscalização, presidida pelo vereador Valter de Elias (PTC). No plenário, com a ausência do vereador Alex Lima (PMN), os outros dez edis rejeitaram a LOA pela votação de 7 a 3 e a LDO por 8 a 2.
Apesar da votação ter sido secreta, o vereador Valter de Elias não esconde que votou contra os projetos. “Já tinha rejeitado na comissão que presido, então meu voto ficou evidente. Recusei a LOA, porque o prefeito destinava mais dinheiro para o gabinete dele do que para a Secretaria de Assistência Social, o que é um absurdo. Já a LDO não veio acompanhada de um balancete dos gastos do orçamento em exercício, além de não ter ficado clara para o Legislativo”, disse.
Com a rejeição da Lei Orçamentária Anual, que estabelece as despesas e as receitas que serão realizadas no próximo ano, e a Lei de Diretrizes Orçamentárias, ao invés de um orçamento de quase R$ 50 milhões, o prefeito Zé Cícero vai ter que trabalhar em 2016 com o orçamento deste ano, que é de mais de R$ 45 milhões. Com isso, o gestor vai ficar limitado para avançar na administração, podendo somente solicitar do Legislativo municipal crédito especial ou suplementar.
O prefeito disse para a reportagem que pode ter havido má fé da maioria dos vereadores ao rejeitar os projetos. “Votar o orçamento público em voto secreto para o povo não saber em que cada vereador votou, foi um desrespeito ao povo. A população tem o direito de saber em que o seu representante está votando. É muito estranho, sem propor nenhuma emenda, a maioria votar totalmente contra, sem nenhuma explicação”, argumentou.
O chefe do Executivo, que também já foi vereador pelo município, concluiu dizendo que a Lei diz que a Câmara de Vereadores tem a obrigação de fazer sessão pública para discutir o orçamento e que não deveria ter entrado em recesso sem antes de ter aprovado a LDO, nem que tivesse que aguardar alguma alteração no projeto. “Votação secreta e sem nenhuma discussão com a sociedade é o maior absurdo que já vi”, disse.
A edilidade entrou em recesso logo após a votação do orçamento e deve retornar aos trabalhos somente no dia 15 de fevereiro.
Fonte Minuto Sertão