13/02/2014

PM prende suspeitos de torturar homem em "tribunal do crime" na zona sul de SP

No local usado para realização de "júri", PM encontrou caderno com orientações, drogas e munição
Policiais Militares da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar), prenderam em flagrante dez homens, duas mulheres e apreenderam um adolescente que realizavam o julgamento de um homem em uma casa na zona sul de São Paulo. Ele seria morto a meia-noite desta segunda-feira (10), a mando da fação criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Os PMs foram acionados para uma ocorrência de sequestro. Segundo denúncia anônima, uma pessoa estaria em situação de cárcere privado dentro de uma casa. Quando os policiais chegaram ao local, surpreenderam as 13 pessoas que torturavam um homem de 30 anos. Os criminosos não esboçaram nenhuma reação.
A vítima estava em uma cadeira com queimaduras feitas por bitucas de cigarro, apresentava pequenos cortes feitos com facas e também hematomas deixados por marteladas. O homem, com várias passagens pela polícia por roubo, furto e receptação, estava sendo julgado porque teria violentado três crianças na região.
Dentro da casa usada para o julgamento do criminoso, os policiais encontraram cerca de quatro tabletes de cocaína, três de maconha, milhares de pinos de cocaína (totalizando 7 kg da droga), quatro munições de fuzil e balanças de precisão, usadas para pesar os entorpecentes.
Além disso, os PMs encontraram um caderno com anotações de como seria realizado o júri da vítima, também conhecido "tribunal do crime". No caderno, havia informações da tortura e também o horário em que ele seria morto.
Assim que foram presos, os dez homens confessaram que também fazem parte da facção criminosa. Todos possuem passagens pela polícia por crimes como tráfico e até homicídios. As duas mulheres detidas e o adolescente apreendido não possuem antecedentes criminais.
Todos foram encaminhados para o 98º Distrito Policial do Jardim Miriam, também na Zona Sul de São Paulo. Até às 8h desta segunda-feira, o local usado pelo cativeiro era preservado para a perícia.
Fonte:R7 e AGência Record
Edison Temoteo/Futura Press/Estadão Conteúdo