16/06/2022

Após Diretor Legislativo da Câmara expor na Tribuna ligações comprometedoras entre vereadores e secretário, parlamentares governistas “pedem sua cabeça”.

 
Jandilson Gomes revelou que no dia da votação que reajustou o salário dos professores, ainda nos bastidores, vereadores foram orientados pelo Secretário de Governo a se retirar da sessão e voltar somente se a categoria aceitasse perder mais 5% do pó de giz além dos cinco que já haviam perdido. 

Por: Redação\Marcio Martins

A 502ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Vereadores de Itaíba\PE realizada na noite desta quarta-feira (16) “pegou fogo” quando o Diretor Legislativo da casa Jandilson Gomes fez uso da Tribuna para repudiar entre outras coisas, a atitude do vereador Marcelo Pilota, ausente na sessão, que em sessão ordinária anterior também fez uso da tribuna para parabenizar a prefeita Regina Cunha pelo pagamento do retroativo do reajuste salarial do Piso Nacional, ignorando completamente a luta dos professores que por 05 (cinco) longos meses protestaram, foram as ruas, fizeram greve e muito mais contra a proposta inicial da prefeita que concedia reajuste 0,00 aos professores com a incorporação do adicional de magistério de 20% ao salário dos educadores, portanto, sem direito a qualquer retroativo. 

Em seu pronunciamento, Jandilson relembrou o que aconteceu nos bastidores do dia da votação do projeto que deu por encerrado o embate entre os professores e a gestão municipal quando já passava da meia noite do dia 28 de Abril (Data da Emancipação Política do Município). O Diretor Legislativo lembrou que os professores já estavam satisfeitos em perder 5% do adicional de magistério em troca dos 29,4% de reajuste e o pagamento retroativo a Janeiro\2022, quando a gestão através do Secretário de Governo decidiu que o corte no adicional seria de 10%. Foi neste momento que segundo Jandilson alguns vereadores governistas que estavam no prédio da Câmara momento antes do projeto ir à votação, receberam uma ligação do governo pedindo para que se retirassem da sessão e voltar somente se a categoria aceitasse perder mais 5% do pó de giz além dos cinco que já haviam perdido, o que de fato aconteceu, ficando apenas o presidente, os três vereadores de oposição e um único vereador governista, o vereador Cláudio do Jirau, ao qual o diretor legislativo parabenizou e fez questão em dizer que o mesmo foi fundamental para que a votação acontecesse, assim como o Presidente Eraldo Pequeno que segundo Jandilson foi firme e duro em sua convicção ao dizer que se o Projeto fosse boicotado naquele momento, no dia da emancipação política do município estariam na praça discursando e mostrando a verdade, era a prefeita e seus convidados falando de um lado e eles de outro. 

E foi somente após a aceitação dos professores em perder não mais 5%, mas 10% do adicional do pó de giz que era de 20%, transformado em adicional de magistério em 10%, que os vereadores governistas que haviam se retirado da sessão após a ligação do governo, voltaram e aprovaram o projeto de reajuste de 29,4% com retroativo a Janeiro, acabando com o adicional do pó de giz e criando o adicional de magistério. 

Confira a íntegra da sessão e do pronunciamento do Diretor Legislativo Jandilson Gomes!

 


VEREADORES PEDEM “A CABEÇA DO VEREADOR” 

O discurso do Diretor Legislativo gerou a revolta de alguns vereadores presentes, principalmente dos vereadores Éssio Tenório e Jorge do Cachorro Quente que usaram do direito a fala para repudiar o pronunciamento do servidor da casa: 

“Olhe presidente, eu quero lhe dizer, já vou deixar bem claro, que vou me reunir com meus colegas. Vai ter sim, se ele quiser assinar pra falar é um direito de cada um, mas nós vamos procurar nossos direitos, porque nós somos vereador aqui, nós fala 10, 15 minutos, e vem um cara que num é vereador, passar uma hora de relógio, 20 minutos numa tribuna falando que os vereadores, que ele é funcionário da casa, falando de mim, falando de Jorge, falando de Jessé, falando de todo mundo, porque o que ele fez ai foi falar de nós vereadores, então isso eu não concordo, gosto muito dele, ele é funcionário da casa, agora que a partir de hoje, aqui nesta casa, essas coisas, isso não vai acontecer porque existe lei e a lei tem que ser cumprida” – Afirmou da cadeira da mesa diretora da Câmara o vice-presidente da casa Vereador Éssio Tenório. 

Em seguida, o vereador Jorge do Cachorro quente pediu a palavra, e ao fazer uso da tribuna, considerou a fala do Diretor Legislativo uma fala desrespeitosa que segundo ele, tirou a autonomia dos vereadores. Acontece que o vereador não foi um dos vereadores que teria recebido “as ordens” do governo, haja vista que, por motivos de saúde, o mesmo não pode comparecer a sessão. 

Após a fala dos vereadores governistas que se sentiram ofendidos pela fala do Diretor Legislativo Jandilson Gomes, o Presidente da Câmara, Vereador Eraldo Pequeno se pronunciou sobre a extensão do tempo de fala do servidor, reconhecendo que de fato seu tempo extrapolou, mas, que, porém, como nenhum vereador questionou, acabou passando por despercebido, e reforçou o que consta no regimento da casa que é direito de todo cidadão itaibense fazer uso da tribuna quando devidamente inscrito dentro das regras regimentais. 

BASTIDORES

Após o encerramento da sessão, fontes alheias aos vereadores e ao Diretor Legislativo, informaram a nossa equipe de redação que alguns vereadores governistas já se articulam nos bastidores para pedir a proibição do uso da tribuna pelo servidor ou até mesmo a sua demissão, o que nas entrelinhas foi dito pelo vice-presidente vereador Éssio Tenório durante a sessão quando o mesmo disse em alto e bom som, que iria se reunir com seus colegas e que a partir daquele momento, essas coisas não irão mais acontecer porque existe lei e a lei tem que ser cumprida. 

Vale salientar, que para lograr êxito no pedido de proibição do uso da tribuna pelo servidor legislativo, bem como por sua demissão, é necessário 08 dos 11 votos da casa, porém, a base governista conta com apenas 07 votos, a não ser que o presidente decida monocraticamente por sua demissão ou algum dos três vereadores de oposição decidam se unir aos vereadores aliados da prefeita para pedir regimentalmente “a cabeça” do Diretor Legislativo, o que seria um fato no mínimo “curioso” já que Jandilson integra o mesmo grupo político de oposição a Prefeita Regina Cunha. 

Agora é esperar as cenas dos próximos capítulos...