13/05/2016

Servidores da educação de Canapi se reúnem com Ministério Público para discutir legalidade da greve decretada pela categoria e garantir seus direitos.

Sobre a liderança do presidente do SINDSCAN, servidores foram recebidos pelo promotor de Justiça da Comarca de Mata Grande, um dia após decidirem em assembleia a decretação de greve em toda rede municipal de ensino em decorrência da falta de pagamento dos salários de Abril da categoria.

Por: Canapi Agora
Créditos: Divulgação/Facebook

Depois da extinção do PCC do quadro administrativo, do fim do rateio dos professores, das graves denuncias de "supostos" desfalques da previdência municipal, do não repasse das contribuições sindicais ao SINDSCAN, da polêmica do "suposto" uso indevido de parte dos 17 milhões em precatórios do antigo Fundef, e agora do atraso no pagamento do mês de Abril de todos os servidores da educação municipal, a paciência dos servidores efetivos com a atual gestão municipal parece ter chegado ao fim. Nesta quarta-feira (11) em Assembleia na sede do SINDSCAN, os servidores decidiram por ampla maioria entre os presentes paralisar suas atividades por tempo indeterminado até que o Governo Municipal efetue o pagamento dos salários de Abril que deveria ter sido pago até o 5º dia útil do mês subsequente, ou seja, até o dia 06 de Maio. 

Decretada a greve os servidores presentes também aprovaram a realização de um protesto pela principal avenida da cidade durante a feira livre tendo como ponto de parada a Prefeitura onde foram expostos cartazes em protesto contra a atual administração municipal. Participaram deste ato pouco mais de 30 servidores.

Tendo em vista que número de servidores públicos efetivos da rede municipal de educação presentes na assembleia tenha sido bastante reduzido, não atingindo se quer 1/5 dos sindicalizados, por conta disso, a greve estaria sendo considerada ilegal, contudo, a grande maioria dos servidores efetivos da educação acabaram aderindo a paralisação, em especial os servidores que trabalham na Escola Municipal Presidente Tancredo Neves que atende em torno de 1.500 alunos diariamente e que devido a paralisação algumas turmas já estão sem aula devido a ausência dos professores efetivos. Apesar disso, a Secretaria Municipal de Educação garantiu que as aulas irão continuar na medida do possível em toda a rede municipal de ensino, com aulas ministradas pelos professores contratados e pelos efetivos que não aderiram a paralisação. Quanto ao pagamento dos servidores, não foi dada nenhuma previsão.

E foi assim sem previsão de pagamento e preocupados com um "suposta" denuncia de ilegalidade do movimento que possa a ser questionada pela prefeitura, que nesta quinta-feira (12) o SINDSCAN liderado por seu presidente e uma comissão de servidores foram recebidos pelo Ministério Público no município de Mata Grande. Na ocasião, o presidente Josimário José da Silva apresentou todos os motivos e os tramites legais adotados anteriormente a decretação de greve, conforme estabelece a Constituição Federal e o próprio Estatuto do Sindicato. 

De acordo um dos servidores que participou da audiência segundo o representante do MP, o promotor José Claúdio Moreira Telles no seu entendimento dada as justificativas e documentação apresentada a paralisação decorre dentro da normalidade, mas alertou que encerrada a greve todos os dias em que os servidores ficaram sem trabalhar deverão obrigatoriamente ser recompensados, o problema é que sabe-se lá quando essa situação terá fim, haja visto que o que se comenta na cidade é que os recursos do FUNDEB para pagamento dos servidores teriam sido utilizados para cobrir outros "rombos" da atual administração municipal, embora o governo insista em dizer, que os recursos estão bloqueados por uma ação judicial impetrada pelo sindicato contra a prefeitura, que visava bloquear apenas os recursos dos precatórios, mas que teria bloqueado os recursos do FUNDEB também, por esse motivo, a prefeitura teria entrado com outra ação judicial pedindo o desbloqueio dos recursos para só assim ter condições de efetuar o pagamento dos servidores.


Uma luta justa maculada por um movimento político-partidário

Mas nem tudo são flores do lado prejudicado desta "disputa", afinal, a politicagem e os "coronéis" ainda mandam e desmandam neste sertão e em muita gente que os tem como ídolos. Toda via, assim como era na gestão passada, nesta gestão o movimento dentro do sindicato tem se tornado cada vez mais político, apesar do sindicato e seu presidente desde a fundação da entidade sempre ter prezado pelo carater apartidário da instituição. porém, entra governo sai governo, o que vemos são os ataques aos direitos dos servidores cada vez mais nocivos a classe trabalhadora, ao tempo em que os próprios prejudicados são justamente os que não comparecem as reuniões e assembleias convocadas pela diretoria, em compensação os que comparecem em sua maioria são pessoas ligadas diretamente ao candidato a prefeito de oposição, tão sujo quanto o que eles acusam. Por essas e outras questões, o SINDSCAN tem atuado conforme a "maré", ou seja, em um município dividido onde duas famílias disputam o poder desde sua emancipação e até mesmo antes disso, o SINDSCAN tem contado como aliados na hora de se manifestar e ir para as ruas justamente com aqueles que fazem oposição ao governo, quer dizer, quando é o prefeito de família X que está no poder, os aliados do sindicato são os eleitores do candidato a prefeito de oposição da família Y e vice e versa. Pra resumo de conversa, estas pessoas não lutam pelos direitos coletivos, mas meramente por si, o que não é errado até o momento em que suas angustias pela retirada de seus direitos individuais, são confortadas pela satisfação em saber que as atitudes errôneas do governante que não é seu "ídolo" contribuirá politicamente com político que nas assembleias sindicais é o que ele verdadeiramente representa. Tanto é verdade que um servidor ao ser questionado por outro servidor que também estava presente a assembleia sindical da ultima quarta-feira sobre o porque ele estava fazendo pose de para foto com um largo sorriso no rosto e fazendo um "V" de vitória, o servidor respondeu que estava ali fazendo as duas campanhas, ou seja, a campanha pelo pagamento de seu justo salário e a campanha do seu candidato a prefeito de oposição.

Até quando a bajulação será mais importante que o direito?