Em
sua primeira prova de fogo a frente do comando da Câmara Federal, o presidente
Deputado Arthur Lira (PP/AL), simplesmente se acovardou e se apequenou a
tirania do STF ao orientar pela manutenção da prisão do Deputado Daniel Silveira
(PSL/RJ) que se deu pelos motivos que o país inteiro já sabe. Se acovardou, não
por concordar com a prisão como se deputados estivessem acima da lei e da
ordem, mas simplesmente porque optou por não questionar em momento algum a
Suprema Corte quanto a independência dos poderes, de modo a não ferir o ego dos
intocáveis de toga. Apequenou-se, porque preferiu abrir um enorme precedente quanto
à inviolabilidade constitucional do mandato parlamentar por suas opiniões,
palavras e votos, que na prática, coloca os membros de um poder embaixo da bota
do outro. Contudo, apesar de todo o exposto, não estamos falando de nenhum
inocente desprovido de inteligência e astúcia, afinal de contas, não é qualquer
um que consegue chegar ao comando de um poder que abriga 513 deputados, todos
com seus interesses e ambições. Portanto, Lira é antes de tudo, um exímio estrategista
que antes da tomada de qualquer decisão, antecipa as consequências para si, pois
não podemos esquecer que o mesmo é réu em pelo menos duas ações por corrupção no STF, ou seja, tem o “rabo preso”. Todavia, se o preço a pagar por suas
decisões “impopulares” é ser taxado de covarde ou coisas do tipo, pior para
Lira, seria ser condenado pelo STF e por consequência, banido da vida pública
em decorrência da Lei da Ficha Limpa.