Você já se perguntou por que a imprensa alagoana, dada as devidas exceções, já há algum tempo não apura e nem denuncia casos de corrupção política no estado, principalmente os que envolvem prefeitos e vereadores do interior?
Seria apenas coincidência o fechamento de contratos entre algumas prefeituras e grandes veículos de comunicação do estado com valores que chegam a ultrapassar R$: 180 mil reais, como é o caso de um dos municípios mais importantes do sertão?
Antes que “me crucifiquem” já adianto que são apenas perguntas, que perguntar não ofende e que ainda não é crime neste país. Todavia, para que fique ainda mais claro que são apenas perguntas, esclareço que essa relação contratual entre a imprensa e as prefeituras é bastante comum e totalmente legal, afinal de contas, para todos os efeitos, são contratos de publicidade e nenhum órgão de imprensa tem obrigação alguma de divulgar publicidade de forma gratuita.
Acontece que, geralmente os políticos, em especial os prefeitos, não são “sadomasoquistas”, ou seja, não fecham contratos com quem “ousar” investigá-los e assim colocar em risco seu projeto de poder. Em resumo, na prática o que menos importa para os contratantes não é a publicidade de suas ações, mas sim o silêncio da mídia contratada. O que não quer dizer, que o bom Jornalista é aquele que não mantém contratos de publicidade com prefeituras, câmaras de vereadores e demais órgãos da administração pública, mas aquele que não deixa suas relações contratuais e comerciais interferirem no seu trabalho sobre o que pode ou não publicar em favor ou desfavor de quem e ou do que quer que seja.
Agora o que dizer dos profissionais de imprensa que se calam por esmolas de políticos que em alguns casos não passam de vergonhosos R$: 300,00 (trezentos reais) e ou daqueles profissionais que um dia foram referência, mas negociaram sua credibilidade e liberdade por um emprego público, cargo e ou contratos de publicidade de fachada?
Mais uma vez, é só uma pergunta!
Todavia, se você chegou até aqui, deve está se perguntando o que acontece com quem se nega a silenciar por um “contrato de publicidade”? Pois bem; se o dinheiro não resolveu, a alternativa é usar a máquina pública para perseguir quem não conseguiu “comprar” (ainda que sem fundamento). Isso quando não ameaçam e atentam contra a vida de quem ousa enfrentar o sistema.
Por
todo o exposto, entre “ter preço” e “pagar o preço”, insisto com a segunda
opção. Não julgo quem escolhe a primeira, afinal, quem tem preço, mais cedo ou
mais tarde também acaba pagando o preço.