Um
pecuarista foi indiciado por tortura e injúria por agredir o filho e
ameaçar arrastá-lo na rua em Três Lagoas (MS), a 310 quilômetros de
Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. Segundo a denúncia feita à
Polícia Civil na última segunda-feira (30) pela mãe do adolescente de 16
anos, o garoto foi espancado por ser homossexual. “Ninguém pode ser
discriminado por sua orientação sexual, a qual deve ser respeitada por
todos”, conclui o delegado Paulo Henrique Rosseto de Souza, titular da
1ª Delegacia de Polícia do município.
De acordo com a mãe, o pecuarista agrediu e tentou trancar o filho em
um quarto, sem energia elétrica, durante a madrugada. “Ele bateu na
cara do menino, derrubou ele no chão, montou em cima e continuou dando
socos e tapas em seu rosto e humilhando, dizendo que gay tem que apanhar
mesmo, que é lixo, vagabundo”, relatou a mãe.
Para evitar mais agressões, os irmãos e mãe levaram a vítima para a
casa da avó. O pai foi ao local, jogou novamente o filho no chão e
começou a agredi-lo com socos e pontapés. “Bateu a cabeça do menino no
chão e dizia que estava ‘endemoniado’ e que iria tirar o capeta dele na
unha”, contou a mãe à polícia.
O garoto foi levado para o hospital pelo próprio pai. No caminho,
ameaçou matar o filho caso não deixasse de ser homossexual. Segundo
testemunhas, o pecuarista amarrou uma corda na perna do adolescente e
ameaçou jogá-lo para fora do carro e arrastá-lo na rua.
O Conselho Tutelar foi acionado e encaminhou a vítima e a mãe até a
1ª Delegacia de Polícia, onde registraram boletim de ocorrência, foram
ouvidos e encaminhados para exames de lesão corporal. Com medo, a mãe do
adolescente, que alega ter também sido agredida verbalmente pelo
pecuarista, pediu medidas protetivas, para que ele não se aproxime dela
ou do garoto.