Abuso
sexual infantil: 5% dos adultos brasileiros foram vítimas de violência
sexual quando crianças. Levantamento feito pela Unifesp mostra que mais
da metade dos agressores é parente ou amigo próximo da família da
criança

Segundo o trabalho, esse tipo de violência é cometida principalmente
por algum parente (pai, padrasto e irmãos não se encaixam nessa
categoria), um amigo próximo à família da criança ou um desconhecido. No
entanto, 17% das pessoas entrevistadas pela pesquisa não quiseram dizer
quem foi o agressor.
Os dados, divulgados nesta quarta-feira, fazem parte do II
Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), feito por
pesquisadores do Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e
Outras Drogas (Inpad) da Unifesp. O estudo entrevistou em 2012 4.607
pessoas com mais de 14 anos em 149 municípios brasileiros.
“Dentre todos os tipos de violência precoce, o abuso sexual é
provavelmente o evento que leva a consequências mais drásticas e que
permanecem a longo prazo”, escreveram os autores do levantamento em
nota. O estudo ainda concluiu que 1,3% dos brasileiros adultos relatam
que receberam dinheiro para ter relação sexual com alguém antes dos 18
anos.
Agressão física.
Segundo a pesquisa, dois em cada dez entrevistados foram vítima de
algum tipo de violência física na infância por parte de seus pais ou
cuidadores. Os tipos de agressão mais comuns são empurrar, arranhar,
bater até causar marcas e insultar ou humilhar. O levantamento apontou
que, em 20% dos casos de violência física doméstica contra a criança, o
agressor estava sob efeito do álcool.
Além disso, um em cada dez entrevistados testemunhou, na infância,
algum episódio de agressão física entre seus pais ou cuidadores.
“Presenciar violência entre pais ou cuidadores durante a infância pode
ter um impacto negativo quase tão grande quanto ser propriamente vítima
da agressão”, dizem os pesquisadores.
O levantamento também estimou a prevalência de pessoas que foram
vítimas de bullying na escola durante a infância e adolescência. Segundo
os resultados, 13% dos brasileiros já sofreram esse tipo de agressão,
que foi descrita como “atitudes agressivas intencionais repetidas de um
ou mais colegas contra outra pessoa”.
A agressão verbal — como receber apelidos ou ser intimidado ou
humilhado — foi o tipo de bullying mais relatado pelos entrevistados,
seguido por fofocas e violência física. O racismo correspondeu a 1,3%
desses episódios e a homofobia, 0,1%.
Fonte: Veja