20/05/2014

Rede de Proteção de Inhapi promove grandiosa mobilização contra o Abuso e a Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes.

Por: Redação
Créditos: Natécio Fagner

Quando o trabalho é bem feito e ocorre em parceria, as ações são eficazes e os resultados são os melhores possíveis. Assim podemos descrever a grandiosa mobilização que tomou conta das principais ruas de Inhapi na tarde desta terça-feira (20) contra o Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

Munidos de faixas e cartazes os participantes pediram o fim da impunidade e alertaram a população sobre a importância de denunciar aqueles que roubam sonhos e destroem o futuro de nossas crianças.

A concentração ocorreu em frente à Paróquia Nossa Senhora do Rosário e contou com a participação de pais, alunos e professores de toda a rede municipal e particular de ensino, bem como, da Prefeitura Municipal, do Conselho Tutelar, do Serviço de Convivência e Fortalecimentos de Vínculos, Secretarias Municipais e toda equipe do PDA Mandacaru/Visão Mundial que pela segunda vez consecutiva agregou ao evento a Campanha um Trato pelo Bom Trato, promovendo a vacinação simbólica de centenas de adultos contra qualquer tipo de violência cometida contra crianças e adolescentes. Campanha esta, que este ano teve início na Paróquia Nossa Senhora do Rosário com a vacinação da grande maioria dos fieis que compareceram as tradicionais missas de sábado e domingo, se estendo pela segunda-feira (19) com palestras, cirandas, panfletagem e novas vacinações.

Se a passeata já seria uma iniciativa digna de aplausos, a grande preocupação que envolve o problema tomou proporções gigantescas que levantaram discussões em todas as repartições públicas do município e principalmente nas escolas, que a exemplo dos alunos da EJA também saíram em passeata.

E não parou por ai! O debate se espalhou por todo o município, chegando às salas de aulas com os professores orientando seus alunos a se proteger das ilusões e do falso carinho dos abusadores.

Caso Araceli

Há exatamente 38 anos, a menina Araceli Cabrera Sanches Crespo era assassinada em Vitória, Espírito Santo, em um dos mais brutais crimes da história do Brasil. O corpo, desfigurado e com marcas de tortura e abuso sexual, foi encontrado quase uma semana depois, e a data de sua morte tornou-se Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, através de lei sancionada pelo Congresso Nacional em 2000.

A data foi escolhida pela brutalidade com que o assassinato foi cometido. A menina, que estava próxima a completar nove anos, foi espancada, estuprada e drogada, e teve os mamilos e a vagina dilacerados a dentadas. Seu corpo foi encontrado em um terreno baldio, queimado e desfigurado com ácido, para dificultar sua identificação. Seus algozes pertenciam a famílias tradicionais e muito influentes no estado, razão pela qual tanto a Justiça como a Polícia foram negligentes e, inclusive, corruptas.

Araceli, nascida em 2 de julho de 1964 em Vitória, e morta em 1973, com apenas oito anos e dez meses de vida, era a segunda filha do eletricista Gabriel Crespo e da boliviana Lola Cabrera, na época radicada no Brasil. A garota morava com os pais e com o irmão maior, Carlinhos, em uma casa modesta da cidade de Serra, vizinha da capital capixaba, em uma rua que nesse tempo tinha o nome de São Paulo, mas hoje chama-se Rua Araceli Cabrera Crespo, em homenagem a menina.


O assassinato de Araceli, que nunca foi esclarecido e cujos culpados jamais foram punidos, estremeceu a população de Vitória, gerou indignação nacional e foi tema de várias publicações no jornalismo e na literatura. A mais famosa delas foi o livro “Araceli, Meu Amor”, de José Louzeiro, lançado em 1975. Trinta anos depois, foi a vez dos então estudantes Tatiana Beling e Diego Herzog realizarem o curta-metragem Caso Araceli, A Cobertura da Imprensa, no qual enfocavam o tratamento dado pela mídia ao caso.

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