Análise
mostra as 30 economias com os mais altos impostos do mundo e o país
aparece como o que oferece os piores serviços do planeta à população
Pelo quinto ano seguido o Brasil
arrecada muito e não dá o retorno correspondente em serviços à
população, informou matéria publicada no ‘Correio Braziliense’ desta
terça-feira (2). A conclusão é do estudo Carga Tributária/PIB x IDH —
Cálculo do Índice de Retorno de Bem-Estar à Sociedade, criado pelo
Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). A pesquisa
analisa as 30 economias com os mais altos impostos do mundo e o país
aparece como o que oferece os piores serviços do planeta à população,
tanto na esfera federal como na estadual e municipal. Os dados levam em
consideração a carga tributária em relação ao Produto Interno Bruto
(PIB), e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que mede a qualidade
de vida da população.
“Mesmo com os sucessivos recordes de
arrecadação tributária — marca que, este ano, já ultrapassou os R$ 800
bilhões — o Brasil continua oferecendo péssimo retorno aos
contribuintes, no que se refere a qualidade do ensino, atendimento de
saúde pública, segurança, saneamento básico, entre outros serviços. E o
pior, fica atrás de outros países da América do Sul, como Uruguai e
Argentina, que ocupam, respectivamente, a 11ª e 19ª colocações no
ranking”, alerta o presidente executivo do IBPT, João Eloi Olenike.
A falta de recursos para educação
incomoda a estudante Gabrielle Basile, que paga a faculdade particular
para garantir melhores oportunidades no mercado de trabalho. A falta de
creches também foi motivo de crítica: “Inscrevemos minha sobrinha no
berçário quando ela tinha um ano, até hoje não conseguimos vaga e acabou
de fazer três anos.”
A faxineira Rosane* diz acreditar na
pesquisa porque, quase todo dia, fica mais de uma hora para pegar o
ônibus. Ela conta que desistiu do metrô por conta do tumulto. “É muita
gente, não tem um lugar para ficar, muita falta de educação”, contou.
Leandro Reis, analista administrativo, tem a convicção de que os
recursos dos impostos não são bem distribuídos. “Acredito que existem
falhas nessa repartição. O dinheiro não chega às áreas necessárias”,
conclui.
Fonte: Correio Braziliense