E o mais interessante de toda essa história e que realmente tira o sono dos envolvidos direta ou indiretamente na fraude, é que a cada dia que passa surgem fatos novos que colocam Canapi cada vez mais em evidência como protagonista do esquema criminoso. A exemplo da reportagem mais recente que revelou que a CGU (Controladoria Geral da União) divulgou um relatório em quem aponta um prejuízo de pelo menos R$: 4,2 milhões de reais aos cofres públicos nos contratos de compra de kits robóticas realizados pelo município de Canapi/AL utilizando emendas parlamentares do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP/AL).
Mas, voltando a falar da reportagem do programa Fantástico, na edição exibida pela Rede Globo, o Jornalista ao visitar as escolas João Vieira Maciel no Bairro Mutirão e a Escola Tancredo de Almeida Neves no Bairro Tancredo Neves, disse que não conseguiu acesso as escolas. Acontece que, dias após a exibição da reportagem, a redação do Site Central do Sertão foi contatada por uma professora que preferiu não se identificar com medo de represálias. De acordo com a educadora, os diretores das referidas unidades de ensino, teriam recebido uma ligação da Secretaria Municipal de Educação os orientando a não dar entrevista e não permitir que os servidores também falassem nada com a equipe do Fantástico. Ao tomar conhecimento do caso, de imediato o Jornalista Márcio Martins entrou em contato com os diretores e com o Secretário de Educação Luiz Vieira e todos negaram o relato da denúncia feita pela professora que ao ser informada sobre a negativa dos diretores e do secretário, exclamou: "Mas isso foi ordem para as escolas do município e óbvio que ninguém vai assumir, né!"
Ainda segundo a direção das escolas, a equipe do Fantástico não foi até os portões que ficam fechados porque sempre permanecem assim.
Todavia, a professora foi além, ao aproveitar o ensejo para relembrar o dia da visita feita pelos técnicos da CGU, quando segunda a educadora, a direção das escolas escolheram a dedo os professores para responder os questionários de fiscalização. "A gente perguntou se alguém da secretaria ou do município teria acesso a esse relatório e a mulher disse que não, então não mentimos. Reclamamos da qualidade do material, da capacitação que não capacitou ninguém, da falta de materiais essenciais para trabalhar o básico e o quanto era desnecessário incluir robótica depois de uma pandemia", desabafou.