Essa função sociológica da literatura, contudo, pode ser averiguada claramente em escritores como Ariano Suassuna, Graciliano Ramos, Jorge Amado e outros expoentes dessa grandeza. Sobre a função sociológica da literatura afirmou Louis Gabriel que “A literatura é a expressão da sociedade, assim como a palavra é a expressão do homem”. Importante essa perspectiva: uma obra literária sempre reflete o meio no qual ela fora desenvolvida. Não expressa unicamente a idiossincrasia de seu autor, mas, outrossim, o pensamento de uma sociedade quando na retratação de tempos e costumes. Ainda nesse tocante infere Elfriede Jelinek que “Literatura que continue empregando linguística e modos formais de expressão novos para traçar um panorama da sociedade como um todo enquanto ao mesmo tempo a expõe, rasgando as máscaras de sua face, para mim seria merecedora de um prêmio.” Não se trata de apenas retratar a sociedade, mas de interferir diretamente em sua construção.
É nessa perspectiva que destacamos o brilhante trabalho de todo o corpo docente da cidade de Palmares, PE; quando na efetivação do projeto Aldravias dos Palmares. Projeto idealizado pelo poeta e escritor Admmauro Gommes por meio do Observatório de Linguagens este que se faz uma coordenação criada pela SEMED Palmares. O Observatório de linguagens também se prenota uma grandiosa inovação, sobretudo, quando ao auxiliar e “apoiar as aptidões artísticas dos alunos” por meio dessa intervenção literária.
Desta feita, o projeto Aldravias dos Palmares não apenas intentou a produção desse respectivo gênero poético, mas se fez imbuir das potencialidades didáticas e pedagógicas inerentes a literatura. Fato grandioso e deveras singular. A multiplicidade de abordagens pedagógicas que se fazem possíveis em face da criação de um poema, de um texto literário são, com efeito, multifocais. E levar tal perspectiva criativa para a sala de aula é a basilar função do educador. Preconizava Rubens Alves que “Educar não é ensinar as respostas. Educar é ensinar a pensar.” Torna a literatura esse instrumento de reflexão e criticidade é, antes de tudo, compreender que a mesma quando apresentada as crianças “é instalá-las em um reino muito rico e glorioso, trazer uma alegria contínua em suas vidas, oferecer-lhes um banquete primorosamente servido” como tão bem ponderou Charlote Mason. É, portanto, um projeto inspirador.
O livro Aldravias dos Palmares surge clareando as perspectivas pedagógicas e didáticas de um fazer literário respaldado na observância de uma sociedade e na respectiva construção de um alunado mais crítico e mais capaz. Em verdadeiro deleite aldrávico oferta-nos uma obra de primeira grandeza. Aqui cabe pontuar o competente trabalho da professora Marta Roberta que imbuída dos preceitos basilares de tal projeto o desempenhou com grandiosa pujança fazendo com que os alunos, por meio da criação dos poemas aldrávicos, refletissem a si mesmos e a realidade então presenciada.
E é em face desse grandioso acontecimento literário e pedagógico que será a publicação do livro Aldravias dos Palmares que nós da revista Central do Sertão viemos parabenizar a SEMED dos Palmares, a secretária Elisângela Neves, o poeta, escritor e coordenador do Observatório de Linguagens Admmauro Gommes e a professora Marta Roberta pela realização e concretização deste singular e inovador projeto.
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