Apesar do susto, atendimento continua
normalmente. Secretária de Saúde garante que reformas serão iniciadas em Julho.
Por Redação/Marcio Martins
Percorrendo as principais cidades do
sertão alagoano e do sertão e agreste pernambucano, o site Central do Sertão tem
atendido ao clamor da população que vem denunciando irregularidades envolvendo gestores
públicos municipais e vereadores. A mais recente reportagem feita pela nossa
equipe e liderança do nosso Redator/Editor, o Jornalista Marcio Martins, foi na
cidade de Santana do Ipanema no sertão de Alagoas, onde evidenciamos como a
atual gestão municipal e a Câmara de Vereadores tratam a comunidade autista que
viu um Projeto de Lei Municipal garantidor dos direitos da pessoa com
transtorno do espectro autista mesmo depois de aprovado por unanimidade na
Câmara de Vereadores, ser vetado pela prefeita e mantido o veto pelos próprios vereadores
que votaram a favor do projeto. Tudo isso, para satisfazer os interesses da gestora
em detrimento do descaso com a comunidade autista (relembre aqui).
Agora, atendendo a novos apelos da
população sertaneja alagoana, desta vez no município de Pariconha através do
vereador Sabugo que representa parte da população local investido de mandato
popular na Câmara de Vereadores, nossa equipe de redação, mais uma vez sob a
liderança do nosso Editor/Redator, o Jornalista Marcio Martins, esteve na
cidade com o objetivo de colher as devidas informações referentes às imagens
divulgadas pelo parlamentar pariconhense nas redes sociais e que também
chegaram a nossa equipe de redação mostrando as precárias condições da parte
externa de uma unidade básica de saúde do município na qual, parte do forro cedeu
e que devido às condições de mofo das paredes, rachaduras no piso e da pintura
totalmente deteriorada, evidenciava um completo descaso da administração
pública municipal para com o atendimento em saúde da população.
E foi diante deste cenário de aparente
abandono, que nossa resolvemos investigar “in loco” a situação fotografada,
conversar com o vereador denunciante, com a Secretária de Saúde do município,
e, principalmente com os servidores que trabalham na unidade de saúde alvo das
denúncias.
Ao chegar ao município, nossa primeira
parada foi na Unidade de Saúde Júlia Ferreira localizada logo na entrada na
cidade, lá conversamos com duas servidoras que disseram que no local não
funcionava pronto atendimento, apenas atendimento médico especializado mediante
agendamento na secretaria de saúde, muito embora, em uma das placas indicativas
fixadas na fachada da unidade de saúde indicava que no local havia pronto
atendimento. Deixamos a localidade e fomos em busca de respostas na Secretaria
Municipal de Saúde onde nosso editor bem recepcionado e minutos depois
atendidos pela jovem Secretária de Saúde Gisely Tayllen, que em 30 minutos de
conversa, se mostrou extremamente educada e apesar da pouca idade, uma pessoa aparentemente
bastante comprometida. A secretária não fugiu de nenhuma das perguntas
formuladas, reconheceu o problema, falou das dificuldades encontradas pela
gestão e deu prazo para solução dos problemas.
De acordo com Gisely, ao assumir a
gestão municipal o prefeito Tony de Campinhos encontrou um cenário de verdadeiro
estado de calamidade em relação a estrutura dos prédios públicos de todas as Unidades
Básicas de Saúde (UBS) tanto na zona urbana quanto na zona rural. E foi além, disse
que em pior estado do que a unidade alvo da denúncia se encontra a UBS do povoado
Campinhos. E quando perguntada o porquê em dois anos e seis meses de gestão o
problema não foi resolvido, Gisely disse que a gestão teve que priorizar o atendimento
médico, a compra equipamentos, medicamentos, vacinas e outros insumos, haja
vista que em 2021 o país ainda lutava contra a pandemia e todos os recursos,
principalmente aqueles que foram fruto de emendas parlamentares de deputados e
senadores foram para compra de insumos, ou seja, nada para reforma e
construção. Além disso, os investimentos do Governo do Estado que chegaram ao município,
estes sim, foram para reforma e construção, porém, exclusivamente para o
desenvolvimento do Programa Cidade Linda, voltado à reforma e construção de praças
e pavimentação de vias públicas. “Foram
muitos os desafios e as dificuldades que acabaram impedindo que as reformas
fossem realizadas no início da gestão conforme relatei, porém, acredito que
agora em Julho a empresa que ganhou a licitação deve dá início a reforma de
todas as unidades de saúde, a começar pelo povoado Campinhos onde a situação é
ainda mais crítica, seguida da UBS aqui da cidade e assim por diante”,
disse a Secretária.
Questionada sobre as medidas
emergenciais que foram tomadas para garantir o atendimento a população na UBS
da cidade denominada Urbano 1, a secretária respondeu que os reparos
necessários foram feito e que os engenheiros da prefeitura estiveram visitando
a unidade garantindo a continuidade dos
atendimentos no local. Já com relação à falta do pronto atendimento na Unidade
de Saúde Júlia Ferreira, disse ser uma falha de gestão a continuidade da placa
junto com os nomes das especialidades que são disponibilizadas a população na
US (Ortopedia, Nutrição, Fonoaudiologia, Ginicologia, Psicologia, Cardiologia,
Obstretícia, Fisioterapia, Psiquiatia, USG e Pediatria). “Não existe pronto atendimento em Pariconha. A placa com essa indicação
ainda está lá é uma falha de gestão, mas já pedi que fosse retirada”, disse.
Vale destacar, que entre as
especialidades ofertadas na Unidade de Saúde Júlia Ferreira, apenas a pediatria
não tem sido disponibilizada por falta de profissional com tempo disponível e que
o atendimento médico em toda rede municipal de saúde é feito pelas equipes do
PSF – Programa Saúde da Família, (de segunda a sexta-feira) e que o município com
recursos próprios, mantém uma equipe médica noturna na cidade composta por
(médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, recepcionista e serviços gerais).
Fora do plantão noturno e nos finais de semana, todos os pacientes são
encaminhados para o HRAS – Hospital Regional do Alto Sertão em Delmiro Gouveia
cidade vizinha localizada há 20 km de distância de Pariconha.
Saindo da Secretaria de Saúde, fomos até
a UBS alvo da denúncia, a Urbano 1, onde de fato, o estado de deterioração da
parte externa da unidade era evidente. Além disso, pudemos constatar que o
forro realmente caiu e que parte do piso rachou e cedeu por pouco, situação que
tem preocupado os servidores da unidade ouvidos pelo Jornalista Marcio Martins,
apesar, que, dentro da unidade, ou seja, na parte interna, o cenário é
completamente diferente, a exceção de alguns poucos pontos de mofo ocasionado
pela umidade.
Acompanhado da diretora Gilvaneide, nosso
editor visitou as salas da unidade de saúde constatando seu bom estado de
conservação, todas bastante organizadas e sem nenhum tipo de infiltração e pintura
preservada, da mesma forma no corredor e na recepção. Bastante solícita e
gentil, Dona Gilvaneide disse que o problema das condições do prédio da UBS é apenas
externo e que a deterioração da pintura se deve ao fato do prédio está
localizado em uma região serrana, mais precisamente no pé da serra.
Já caminhando para o encerramento da
investigação jornalística na cidade, fomos até a Câmara de Vereadores na
tentativa de conseguir o contato do presidente da Comissão Permanente de Saúde do
Poder Legislativo Municipal e para nossa grata surpresa, encontramos o
Presidente da Casa, o vereador Rosevaldo Soares da Silva, popular “Val” que nos
recebeu com bastante educação e respondeu de pronto todas as perguntas do nosso
editor o Jornalista Marcio Martins. A principal pergunta foi: Quais foram as
providências adotadas pela Câmara ao tomar conhecimento da denúncia do
desabamento do forro da UBS Urbano 1? Disse que, junto com o próprio vereador
autor da denúncia e outro colega parlamentar, foram até a UBS, fiscalizaram o local
e cobraram providência da gestão municipal, ao tempo, que atendendo a sugestão
do nosso editor, se comprometeu em encaminhar a Secretaria Municipal de Obras um
oficio solicitando que seja feita uma avaliação especializada pelos engenheiros
do município com emissão de um laudo técnico sobre as condições estruturais da
unidade, mas, principalmente, explicando o porquê do afundamento do solo na
parte externa da UBS conforme constatado por nossa equipe de reportagem e pelos
próprios vereadores.
Para o vereador Sabugo autor da
denúncia, único vereador de oposição ao Prefeito Tony de Campinhos, a
constatação feita pelo nosso editor na área interna da UBS Urbano 1, assim como
por ele e pelos vereadores que fiscalizaram a unidade, foi uma “maquiagem”
feita pela gestão que sem fazer reforma alguma teria apenas jogado tinta nas
paredes do prédio. Por fim, disse não acreditar no início das obras no próximo
mês conforme garantiu a secretária de saúde Gisely Tayllen, uma vez que,
segundo o parlamentar, essa conversa é a mesma desde o início do mandato do
prefeito Tony de Campinhos.