29/06/2023

Desabamento de forro em UBS acende sinal de alerta sobre a precariedade estrutural das Unidades Básicas de Saúde de Pariconha/AL.

 

Apesar do susto, atendimento continua normalmente. Secretária de Saúde garante que reformas serão iniciadas em Julho. 

Por Redação/Marcio Martins 

Percorrendo as principais cidades do sertão alagoano e do sertão e agreste pernambucano, o site Central do Sertão tem atendido ao clamor da população que vem denunciando irregularidades envolvendo gestores públicos municipais e vereadores. A mais recente reportagem feita pela nossa equipe e liderança do nosso Redator/Editor, o Jornalista Marcio Martins, foi na cidade de Santana do Ipanema no sertão de Alagoas, onde evidenciamos como a atual gestão municipal e a Câmara de Vereadores tratam a comunidade autista que viu um Projeto de Lei Municipal garantidor dos direitos da pessoa com transtorno do espectro autista mesmo depois de aprovado por unanimidade na Câmara de Vereadores, ser vetado pela prefeita e mantido o veto pelos próprios vereadores que votaram a favor do projeto. Tudo isso, para satisfazer os interesses da gestora em detrimento do descaso com a comunidade autista (relembre aqui).

Agora, atendendo a novos apelos da população sertaneja alagoana, desta vez no município de Pariconha através do vereador Sabugo que representa parte da população local investido de mandato popular na Câmara de Vereadores, nossa equipe de redação, mais uma vez sob a liderança do nosso Editor/Redator, o Jornalista Marcio Martins, esteve na cidade com o objetivo de colher as devidas informações referentes às imagens divulgadas pelo parlamentar pariconhense nas redes sociais e que também chegaram a nossa equipe de redação mostrando as precárias condições da parte externa de uma unidade básica de saúde do município na qual, parte do forro cedeu e que devido às condições de mofo das paredes, rachaduras no piso e da pintura totalmente deteriorada, evidenciava um completo descaso da administração pública municipal para com o atendimento em saúde da população. 


E foi diante deste cenário de aparente abandono, que nossa resolvemos investigar “in loco” a situação fotografada, conversar com o vereador denunciante, com a Secretária de Saúde do município, e, principalmente com os servidores que trabalham na unidade de saúde alvo das denúncias. 

Ao chegar ao município, nossa primeira parada foi na Unidade de Saúde Júlia Ferreira localizada logo na entrada na cidade, lá conversamos com duas servidoras que disseram que no local não funcionava pronto atendimento, apenas atendimento médico especializado mediante agendamento na secretaria de saúde, muito embora, em uma das placas indicativas fixadas na fachada da unidade de saúde indicava que no local havia pronto atendimento. Deixamos a localidade e fomos em busca de respostas na Secretaria Municipal de Saúde onde nosso editor bem recepcionado e minutos depois atendidos pela jovem Secretária de Saúde Gisely Tayllen, que em 30 minutos de conversa, se mostrou extremamente educada e apesar da pouca idade, uma pessoa aparentemente bastante comprometida. A secretária não fugiu de nenhuma das perguntas formuladas, reconheceu o problema, falou das dificuldades encontradas pela gestão e deu prazo para solução dos problemas. 


De acordo com Gisely, ao assumir a gestão municipal o prefeito Tony de Campinhos encontrou um cenário de verdadeiro estado de calamidade em relação a estrutura dos prédios públicos de todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) tanto na zona urbana quanto na zona rural. E foi além, disse que em pior estado do que a unidade alvo da denúncia se encontra a UBS do povoado Campinhos. E quando perguntada o porquê em dois anos e seis meses de gestão o problema não foi resolvido, Gisely disse que a gestão teve que priorizar o atendimento médico, a compra equipamentos, medicamentos, vacinas e outros insumos, haja vista que em 2021 o país ainda lutava contra a pandemia e todos os recursos, principalmente aqueles que foram fruto de emendas parlamentares de deputados e senadores foram para compra de insumos, ou seja, nada para reforma e construção. Além disso, os investimentos do Governo do Estado que chegaram ao município, estes sim, foram para reforma e construção, porém, exclusivamente para o desenvolvimento do Programa Cidade Linda, voltado à reforma e construção de praças e pavimentação de vias públicas. “Foram muitos os desafios e as dificuldades que acabaram impedindo que as reformas fossem realizadas no início da gestão conforme relatei, porém, acredito que agora em Julho a empresa que ganhou a licitação deve dá início a reforma de todas as unidades de saúde, a começar pelo povoado Campinhos onde a situação é ainda mais crítica, seguida da UBS aqui da cidade e assim por diante”, disse a Secretária. 

Questionada sobre as medidas emergenciais que foram tomadas para garantir o atendimento a população na UBS da cidade denominada Urbano 1, a secretária respondeu que os reparos necessários foram feito e que os engenheiros da prefeitura estiveram visitando a unidade  garantindo a continuidade dos atendimentos no local. Já com relação à falta do pronto atendimento na Unidade de Saúde Júlia Ferreira, disse ser uma falha de gestão a continuidade da placa junto com os nomes das especialidades que são disponibilizadas a população na US (Ortopedia, Nutrição, Fonoaudiologia, Ginicologia, Psicologia, Cardiologia, Obstretícia, Fisioterapia, Psiquiatia, USG e Pediatria). “Não existe pronto atendimento em Pariconha. A placa com essa indicação ainda está lá é uma falha de gestão, mas já pedi que fosse retirada”, disse. 


Vale destacar, que entre as especialidades ofertadas na Unidade de Saúde Júlia Ferreira, apenas a pediatria não tem sido disponibilizada por falta de profissional com tempo disponível e que o atendimento médico em toda rede municipal de saúde é feito pelas equipes do PSF – Programa Saúde da Família, (de segunda a sexta-feira) e que o município com recursos próprios, mantém uma equipe médica noturna na cidade composta por (médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, recepcionista e serviços gerais). Fora do plantão noturno e nos finais de semana, todos os pacientes são encaminhados para o HRAS – Hospital Regional do Alto Sertão em Delmiro Gouveia cidade vizinha localizada há 20 km de distância de Pariconha.                                                                                 

Saindo da Secretaria de Saúde, fomos até a UBS alvo da denúncia, a Urbano 1, onde de fato, o estado de deterioração da parte externa da unidade era evidente. Além disso, pudemos constatar que o forro realmente caiu e que parte do piso rachou e cedeu por pouco, situação que tem preocupado os servidores da unidade ouvidos pelo Jornalista Marcio Martins, apesar, que, dentro da unidade, ou seja, na parte interna, o cenário é completamente diferente, a exceção de alguns poucos pontos de mofo ocasionado pela umidade. 


Acompanhado da diretora Gilvaneide, nosso editor visitou as salas da unidade de saúde constatando seu bom estado de conservação, todas bastante organizadas e sem nenhum tipo de infiltração e pintura preservada, da mesma forma no corredor e na recepção. Bastante solícita e gentil, Dona Gilvaneide disse que o problema das condições do prédio da UBS é apenas externo e que a deterioração da pintura se deve ao fato do prédio está localizado em uma região serrana, mais precisamente no pé da serra.   


Já caminhando para o encerramento da investigação jornalística na cidade, fomos até a Câmara de Vereadores na tentativa de conseguir o contato do presidente da Comissão Permanente de Saúde do Poder Legislativo Municipal e para nossa grata surpresa, encontramos o Presidente da Casa, o vereador Rosevaldo Soares da Silva, popular “Val” que nos recebeu com bastante educação e respondeu de pronto todas as perguntas do nosso editor o Jornalista Marcio Martins. A principal pergunta foi: Quais foram as providências adotadas pela Câmara ao tomar conhecimento da denúncia do desabamento do forro da UBS Urbano 1? Disse que, junto com o próprio vereador autor da denúncia e outro colega parlamentar, foram até a UBS, fiscalizaram o local e cobraram providência da gestão municipal, ao tempo, que atendendo a sugestão do nosso editor, se comprometeu em encaminhar a Secretaria Municipal de Obras um oficio solicitando que seja feita uma avaliação especializada pelos engenheiros do município com emissão de um laudo técnico sobre as condições estruturais da unidade, mas, principalmente, explicando o porquê do afundamento do solo na parte externa da UBS conforme constatado por nossa equipe de reportagem e pelos próprios vereadores.


Para o vereador Sabugo autor da denúncia, único vereador de oposição ao Prefeito Tony de Campinhos, a constatação feita pelo nosso editor na área interna da UBS Urbano 1, assim como por ele e pelos vereadores que fiscalizaram a unidade, foi uma “maquiagem” feita pela gestão que sem fazer reforma alguma teria apenas jogado tinta nas paredes do prédio. Por fim, disse não acreditar no início das obras no próximo mês conforme garantiu a secretária de saúde Gisely Tayllen, uma vez que, segundo o parlamentar, essa conversa é a mesma desde o início do mandato do prefeito Tony de Campinhos.