Esquema envolve prefeito, vice-prefeito, vereadores e suplentes, diz relatório protocolado pelo SINDSCAN na Polícia Federal (PF), Ministério Público Estadual (MPE), Ministério Público Federal (MPF), Tribunal de Contas Estadual (TCE), Ministério Público do Trabalho (MPT), Promotoria e Poder Judiciário da Comarca de Mata Grande.
Por Redação/Marcio Martins
A população de Canapi município de 15.559 hab.(Censo IBGE/2022), localizado no alto sertão de Alagoas, distante 250 km da capital Maceió, ainda não se recuperou de mais um escândalo nacional de corrupção envolvendo a aquisição de kits robóticas superfaturados que segundo a CGU – Controladoria Geral da União resultou em um prejuízo de R$: 4,2 milhões de reais aos cofres públicos, agora, eis que uma nova denúncia ainda mais grave chegou ao conhecimento da nossa equipe de redação através do nosso editor e redator o Jornalista Marcio Martins que teve acesso a íntegra de uma ação protocolada pelo Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Canapi (SINDSCAN) em pelo menos 07 (sete) órgãos públicos. São eles: Polícia Federal (PF), Ministério Público Estadual (MPE), Ministério Público Federal (MPF), Tribunal de Contas Estadual (TCE), Ministério Público do Trabalho (MPT), Promotoria e Poder Judiciário da Comarca de Mata Grande/AL.
Nossa equipe de redação também teve acesso à ata da reunião da diretoria do sindicato que mostra que a decisão pelo encaminhamento da denúncia aos órgãos competentes anteriormente citados, foi uma decisão colegiada tomada por unanimidade entre todos os membros da diretoria e conselho fiscal do SINDSCAN mediante a gravidade do caso que segundo o texto da ação protocolada, revela um esquema milionário que vem ocasionando um prejuízo mensal na folha de pagamento do FUNDEB de quase R$: 500 mil reais por mês e que já soma mais de R$: 22 MILHÕES DE REAIS até Maio deste corrente ano (2023), mês de referência da folha de pagamento analisada pela diretoria sindical. “O rombo pode ser ainda maior quando levamos em consideração o rateio indevido feitos com pessoas que não deveriam receber, e o número superelevado do programa EJA, a saber R$: 51.000.000,00 (cinquenta e um milhões de reais)”, relata o SINDSCAN.
Ainda de acordo com a denúncia, a atual gestão do município criou uma espécie de PROJETO DE PODER que tem como beneficiários familiares do prefeito e seu grupo político. “Os tristes fatos que serão detalhados logo abaixo, e que constituem apenas uma pequena fração do que vem sendo feito com o erário público (posto que muito ainda encontra-se totalmente sigiloso), mostram como as verbas do FUNDEB, as quais deveriam servir para a melhoria e fomento da educação de Canapi e na elevação da qualidade de vida de crianças e jovens pobres, e das suas famílias, vêm sendo utilizadas como fonte financeira para a sustentação do projeto de poder do atual grupo político que se encontra à frente de Canapi, mediante o pagamento de familiares do Prefeito de Canapi, membros do seu grupo político, cabos eleitorais e etc.
E continua... “Ressalte-se desde já que todos os fatos alegados se encontram arrimados na documentação anexa, a qual foi fornecida pela própria prefeitura de Canapi (Portal da Transparência). Ou seja, não se trata de uma denúncia vazia, eleitoreira, anônima ou irresponsável, mas da comunicação aos devidos órgãos responsáveis pela fiscalização, de fatos que merecem ser averiguados e, havendo culpados, que sejam punidos com a justa e devida aplicação das penalidades jurídicas na exata medida da lei”, diz o texto da ação protocolada sobre o assunto.
Como se não bastasse ter extrapolado todos os limites da prática de Nepotismo direto, a gestão municipal foi muito mais além, promovendo uma “verdadeira farra” de nepotismo cruzado ao empregar parentes de vereadores e de suplentes na folha de pagamento da educação, 95 deles identificados somente na relação apresentada pelo SINDSCAN.
Para se ter uma ideia do tamanho do esquema, o município que como pontuamos no início desta reportagem, tem apenas 15.559 habitantes, até o mês de Maio/2023 conforme a Folha de Pagamento da Prefeitura de posse do SINDSCAN e anexa a denúncia feita aos órgãos competentes, possui 1.457 servidores contratados somente na Folha da Educação, pagos exclusivamente com recursos do Fundeb, sendo que deste total, 423 foram empregados como Auxiliar de Serviços Diversos, cujo, boa parte, o único serviço que realiza é ir até um caixa eletrônico sacar o que recebem sem trabalhar. E não é só isso! Dezenas destes servidores chegam a ganhar mais que os Secretários Municipais, cujo salário é de R$: 2 mil reais, enquanto um grupo privilegiados mesmo ocupando função hierarquia inferior na administração pública municipal, recebem acima de dois salários mínimos R$: 2.640,00 (Dois mil seiscentos e quarenta reais), fato que, somando a outros salários bastante elevados que chegam a R$: 6.500,00 (seis mil e quinhentos reais), dada a realidade de um dos municípios mais pobres do país e um dos 05 (cinco) mais pobres do estado, levou o SINDSCAN a também incluir na denúncia, suspeita de rachadinhas.
“É algo no mínimo injusto que o Município de Canapi deixe de realização concurso público, o que daria chance para todos ingressarem no serviço público, e também daria á administração pública o direito de ter as pessoas mais preparadas”, diz o SINDSCAN
Atualmente, somente com a Folha de Contratados da Educação são gastos em recursos do Fundeb mais de R$: 2,3 Milhões de reais, enquanto que os gastos com a folha dos efetivos não chega a R$: 1 milhão.
Primando sempre pelo bom Jornalismo de ouvir todas as partes envolvidas ainda durante a produção de todas as reportagens/denúncias do site, principalmente as que denotam tamanha gravidade e repercussão, nossa redação através do Jornalista Marcio Martins entrou em contato com o Secretário Municipal de Educação de Canapi/AL o Sr. Luiz Vieira, que ao ser questionado se gostaria de comentar a denúncia do SINDSCAN, respondeu apenas com um sonoro “NADA A DECLARAR!”.
2005 – OPERAÇÃO GABIRU - Polícia Federal desbarata quadrilha envolvida em esquema de desvio de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e outras verbas do Ministério da Educação, destinadas à aquisição de merenda escolar.
2016 – OPERAÇÃO TRIÂNGULO DAS BERMUDAS – Polícia Federal desarticula associação criminosa responsável por um prejuízo que chega a R$ 10 milhões, dinheiro do antigo FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério), que foi depositado pela União nas contas da prefeitura de Canapi em 2015.
2017 – OPERAÇÃO DEUSA DA ESPADA – Desdobramento da Operação Triângulo das Bermudas que teve como objetivo desarticular uma organização criminosa responsável por um prejuízo de R$ 17 milhões ao antigo FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério) e de outros programas do governo federal na área de educação, entre 2015 e 2016.
2023 – KITS ROBÓTICAS SUPERFATURADOS – Investigação sobre aquisição de kits robóticas superfaturados que gerou um prejuízo de R$: 4,2 milhões de reais somente no contrato da Prefeitura Municipal de Canapi apontado em relatório da CGU – Controladoria Geral da União, segundo Reportagem do Jornal Folha de São Paulo.
DETALHE: Todos os esquemas envolveram e envolvem recursos da educação
ATENÇÃO!
Por se tratar de uma denúncia protocolada recentemente, mais precisamente na última segunda-feira (24/07/2023), como todos puderam observar, não foram expostos os nomes dos servidores, principalmente os que não são figuras públicas, envolvidos direta e indiretamente no “Projeto de Poder” financiado com recursos da educação, conforme denominação dada pelo SINDSCAN na ação protocolada nos órgãos competentes citados nesta reportagem. Todavia, por ser tratar de informações públicas a qual todo cidadão tem direito, disponibilizamos no link a seguir (http://vardnn0353.locaweb.com.br:4073/Folha) o direcionamento para o Portal da Transparência Municipal da Prefeitura de Canapi, onde todos poderão pesquisar a relação de todos os servidores públicos contratados e efetivos da educação e de todas as demais pastas da administração municipal.