Após
fugir de uma instituição para menores infratores no dia 3 de março,
Dhionatan Celestrino, de 21 anos, conhecido como Maníaco da Cruz, foi
para a cidade de Horqueta, no Paraguai. A cidade, que fica a 160 km da
fronteira com o Brasil, tem pouco mais de 50 mil habitantes. Quando
tinha 16 anos, ele matou três pessoas. Todas as vítimas eram colocadas
em posição de cruz, daí o apelido dele.
Vinte dias após fugir do Brasil, Dhionatan legalizou a entrada dele no Paraguai. Ele estava acompanhado da mãe e de uma tia.
A
família pagava as despesas do rapaz em uma pensão. Ele se matriculou em
uma escola e estava estudando espanhol e guarani. A diretora da
unidade, Maria Encarnación, disse que ele era um aluno dedicado.
— Aprendia muito rápido porque tinha interesse.
Um
dos amigos que Dhionatan tinha no Paraguai contou que ele queria
namorar a irmã dele, uma adolescente de 15 anos. O Maníaco da Cruz
chegou a mandar mensagens para o celular dela.
Há
quase um mês, o rapaz se mudou para outro pensionato, onde pagou R$
250. O valor foi doado pela mãe. Ele passava a maior parte do tempo no
quarto, segundo os donos do local.
Depois
que o rapaz foi preso, os proprietários da pensão encontraram cadernos
com anotações. Em uma delas, ele escreve: “Morte aos cristãos. A
religião é uma das maiores maldições da história da humanidade”. Em
outra, ele diz: “Vivo ou morto sou um serial killer”.
Dhionatan
foi preso no fim de abril, após um casal de brasileiros reconhecê-lo no
Paraguai. Ele foi levado ao Mato Grosso do Sul e permanece detido na
capital, Campo Grande. Após cumprir medida socioeducativa em uma
instituição para menores infratores, ele não poderia mais ficar na
unidade, porque havia completado 21 anos.
A
Justiça determinou que ele fosse mantido em um hospital psiquiátrico,
já que um laudo comprovou que o rapaz sofre de esquizofrenia. No
entanto, o Estado ainda não definiu onde ele deve ficar. Por enquanto,
Dhionatan está em uma delegacia de Campo Grande.
Fonte: Domingo Espetacular/ Inhapi em Foco