De modo geral, podemos definir o
casamento como a união voluntária e estável de um homem e uma mulher,
nas condições sancionadas pelo direito, de modo que se estabeleça uma
família legítima; o vínculo conjugal entre um homem e uma mulher, o qual
precisa de uma convivência harmoniosa, respeito, diálogo, objetivos
comuns entre as partes aliançadas.

Mas como manter uma união duradoura,
harmônica e feliz, e criar filhos saudáveis, em um mundo conturbado,
violento e com valores tão deturpados como o nosso? É absolutamente
necessário que homem e mulher desempenhem bem seus papéis conjugais.
Eles devem amar e respeitar um ao outro e cumprir suas funções como
provedores, orientadores, disciplinadores dos filhos, dando-lhes apoio e
servindo-lhes de exemplo.
Em suma, é importante para o casal
edificar um relacionamento profundo, harmônico, saudável e verdadeiro,
com base na sólida e imutável Palavra de Deus. Em outras palavras, os
relacionamentos saudáveis e estáveis entre um homem e uma mulher
pressupõem obediência aos princípios estipulados e valorizados por Deus e
excluem práticas condenadas por Ele.
Existem alguns fatores que contribuem
para a formação do vínculo e sua manutenção: a compatibilidade conjugal,
a apreciação mútua, o diálogo, o desempenho dos papéis conjugais e
sociais, o sexo e, sobretudo, o amor de um pelo outro, que os ajudará a
superar todas as diferenças e crises que assolam a todos nós.
Por que destaco o amor? Porque ele é a
essência de Deus e a base de todos os relacionamentos saudáveis,
profundos e verdadeiros, daí João ter afirmado que quem ama nasceu de
Deus e o conhece (1 João 4.7), e Paulo asseverar que quem ama cumpriu a
lei (Romanos 13.8).
Quando falamos de amor, não estamos
referindo-nos meramente a um sentimento de bem-estar e bem-querer ao
outro em relação ao qual temos empatia e simpatia, e sim a algo
profundo, enraizado em Deus e eterno como Ele. Estamos referindo-nos ao
amor ágape, descrito em 1 Coríntios 13.4-7; um amor que nos faz ser
benignos, misericordiosos, verdadeiros, e não invejosos, murmuradores,
facciosos, injustos; um amor que nos permite tratar o outro com carinho,
consideração, respeito, longanimidade, e não com leviandade, soberba,
indecência, egoísmo, irritação; um amor que tudo sofre, tudo crê, tudo
espera, tudo suporta.
É precisamente esse amor divino, somado
ao amor eros, o amor conjugal, que mantém um casamento saudável,
harmônico e feliz. Só o amor ágape nos faz ser altruístas, tolerantes e
abnegados; buscar não o nosso interesse, mas o interesse e o bem-estar
do outro; ter paz, equilíbrio e vencer as crises.
Quem se casa sem amor, por qualquer outro
interesse isolado — dinheiro, status social, atração física, vontade de
livrar-se de pais violentos e/ou castradores — dificilmente será feliz,
pois sem amor não há união/comunhão profunda e duradoura, tampouco
felicidade.
Quando há amor genuíno, os cônjuges
prezam um ao outro, naturalmente cedem em favor do outro, toleram e
superam suas diferenças, perdoam as faltas e seguem em frente, porque
entendem que melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do
seu trabalho. Porque, se um cair, o outro levanta o seu companheiro
[...]; se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se
aquentará?
E, se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão…
(Eclesiastes 4.9-12).
E sabe qual é o resultado dessa cumplicidade para os cônjuges?
Eles caminham juntos, amadurecem
emocionalmente e crescem em todas as áreas; afinal, um não se acha
melhor nem superior ao outro; antes, sabem que são diferentes um do
outro, e usam essa diferença a seu favor. Isto quando o homem e a mulher
são emocionalmente maduros para compreender que não se casaram com um
espelho, que refletirá a imagem narcisista deles, nem com sua mãe ou seu
pai, que continuará a adivinhar e a fazer todas as suas vontades.
Quem deseja um casamento sólido,
duradouro e feliz, cultive e demonstre o amor não apenas com palavras,
mas com atitudes que atestem a veracidade do seu sentimento e
compromisso.
SUGESTÕES DE LEITURA:
1 Coríntios 13; Efésios 5.22-33; 1 Pedro 3.1-7
Livros 12 motivos que levam o casamento ao fracasso e Vínculos do
amor, de Silas Malafaia