Os governos federal, estadual e a prefeitura do Rio terão um gasto
milionário com a visita do Papa Francisco, durante a 26ª Jornada Mundial
da Juventude, que acontecerá de 23 a 28 de julho, no Rio. Somados,
União, estado e município gastarão R$ 118 milhões durante a passagem do
Papa pelo país. Só o governo federal desembolsará R$ 62 milhões, sendo
R$ 30 milhões com ações de segurança e defesa. Estado e município darão
R$ 28 milhões cada.
Enquanto o Papa estiver em território brasileiro, a segurança terá um
efetivo de 10.700 homens, sendo 9 mil das Forças Armadas e 1.700 da
Força Nacional. Só em Guaratiba, onde acontecerá uma vigília e a missa
campal, haverá 1.500 homens da Força Nacional. A Igreja vai entrar com a
contratação de 2 mil seguranças privados.
O governo trabalha com a estimativa de que a Igreja arrecadará R$ 140
milhões com a taxa de inscrição dos participantes do evento, contando
que entre 350 mil e 450 mil pessoas se inscrevam. Mas o Vaticano espera
um público bem maior: 800 mil. Caberá à Igreja bancar a estrutura do
evento e a hospedagem dos peregrinos.
Quem trabalha na organização do evento pelo governo justifica os
gastos lembrando o caso de Madri, sede da jornada em 2011, quando 2
milhões de peregrinos se reuniram na capital espanhola. Os gastos do
governo também ultrapassaram R$ 100 milhões, mas a arrecadação gerada
pelos jovens no país superou as despesas em 200%.
Mobilidade do Papa preocupa
O Vaticano vai mandar ao Brasil dois papamóveis, para a eventualidade
de um deles quebrar. Os dois veículos têm que acompanhar o Papa em
todos os lugares. Para transportá-los do Rio para Aparecida, onde o Papa
celebrará uma missa no Santuário Nossa Senhora da Conceição de
Aparecida, será usado um avião Hércules, operação que custará à União R$
1 milhão.
Funcionários que trabalham na organização da visita contam que um dos
principais desafios é a questão da mobilidade. Para garantir a
segurança do Papa, a prefeitura do Rio teve que negar um desejo do
Vaticano, que queria que ele seguisse de papamóvel do Galeão até o
Palácio Guanabara. Para viabilizar isso, seria preciso fechar a Linha
Amarela, mas a prefeitura explicou para a equipe do Papa ser impossível.
Da parte do governo brasileiro, ainda há dúvidas sobre a presença da
presidente Dilma Rousseff na cerimônia de despedida do Papa na Base
Aérea do Galeão, no domingo (28 de julho). Por outro lado, já está
confirmada a presença de Dilma na chegada do pontífice ao Rio, na tarde
de 22 de julho, e um encontro privado dos dois logo depois no Palácio
Guanabara. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, também prestigiará o
Papa no dia 24, durante a visita dele ao Hospital de São Francisco de
Assis na Providência de Deus, na Tijuca. Lá o Papa fará um discurso.
O Globo