10/10/2013

Mesmo condenados, prefeitos gabirus desfrutam da liberdade em Alagoas.

Autoridades judiciais não souberam explicar o porquê de eles estarem fora das grades.

Por: Extra Alagoas
Foto: Montagem Flávia Yezzi / Correio de Alagoas

Prestes a completar um ano da condenação, os quatro ex-prefeitos “gabirus” Carlos Eurico Leão e Lima, o “Kaíka” (Porto Calvo), Fábio Apóstolo de Lira (Feira Grande), José Hermes de Lima (Canapi) e Neiwton Silva (Igreja Nova), condenados pelo Tribunal Regional Federal da 5.ª Região, no Recife, a 12 anos e 6 meses de reclusão pelos crimes de quadrilha, corrupção e desvio de verba pública continuam soltos, desfrutando livremente da impunidade que corrói o Estado. Eles foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) após a investigação que ficou popularmente conhecida como “Operação Gabiru”.
Com tantos escândalos está cada vez mais difícil distinguir entre milhares de políticos alguns que certamente são honestos e dispostos a bem representar a sociedade na vida pública. Episódio recente, como o desvio de verbas da mesa diretora da Assembleia Legislativa de Alagoas denunciado pelo deputado João Henrique Caldas. Como também uma matéria veiculada pelo Jornal Extra, onde foi destacado que mais da metade dos prefeitos alagoanos estão envolvidos com ações de corrupção só acabam sujando ainda mais o cenário da política alagoana.Ouvido pelo Jornal Extra, o Ministério Público Federal por meio de sua assessoria informou que não se posicionaria sobre o assunto, pois o que o órgão pôde fazer, já fez, no que pesa as denúncias e o pedido de condenação.
Mas sobre eles estarem em liberdade, a assessoria disse que é problema da justiça. A reportagem procurou também saber do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, responsável pela condenação, que através de sua assessoria alegou não ter informações sobre os prefeitos condenados estarem desfrutando da liberdade, onde ressaltou que a primeira instância, a que executa a pena é que poderia responder. A assessoria disse também que o Tribunal condenou, mas não interfere na pena e que o processo está na justiça alagoana. O disse me disse está implantado e a única coisa que não souberam responder foi o porque de eles estarem soltos. 
O julgamento e a condenação 

Em novembro do ano passado, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª Região, em Recife, julgou o processo contra os acusados de desviar recursos destinados à compra de merenda escolar em municípios do interior de Alagoas, presos pela Operação Gabiru, da Polícia Federal. O TRF acatou a denúncia contra os oito prefeitos acusados, que responderam a ação penal.


Os acusados foram os prefeitos na época, de Igreja Nova, Neiwton Silva;  de São Luiz do Quitunde, Cícero Cavalcante (que pretende se candidatar a deputado estadual); São José da Laje, Paulo Roberto Pereira; Matriz do Camaragibe, Marcos Paulo (atualmente é prefeito do município, eleito em 2012); de Porto Calvo, Carlos Eurico Leão e Lima, o Kaíka; Em Marechal, Danilo Dâmaso; Feira Grande, Fábio Lira e Canapi, José Hermes, todos acusados de desviar verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e de lavagem de dinheiro. O esquema pode ter desviado R$ 1,8 milhão, segundo a PF.
Foram condenados apenas quatro: Neiwton Silva, Fábio Lira, Jose Hermes e Carlos Eurico. Eles foram condenados a 12 anos e 6 meses de reclusão pelos crimes de quadrilha, corrupção e desvio de verba pública.  Danilo Dâmaso - ex-prefeito de Marechal Deodoro - que também constava como réu, faleceu em abril do ano passado.